Depressão e ansiedade são condições que podem acontecer em qualquer idade da vida, então é preciso que prestar atenção naqueles ao nosso redor, principalmente os que não aprenderam a falar por si só completamente. Muitas vezes, quando se trata de crianças e adolescentes deprimidos, estes apresentam comportamentos semelhantes ao de adultos, porém muitas vezes não tem vontade de falar sobre os seus sentimentos e compartilhar suas frustrações.
Por isso, é necessária uma atenção maior dedicada a esse público, para que os sintomas e sinais sejam percebidos cedo, quando não estão em uma fase mais avançada da doença. É importante destacar ainda que existem diferenças entre tristeza e depressão. Todos temos períodos de tristeza, porém quando esse sentimento se prolonga e afeta a rotina, é preciso ficar alerta.
Lembre-se que a tristeza é apenas um dos sintomas da depressão. Para identificar o que o seu filho está passando, é necessário notar alguns sinais, como por exemplo:
1. Sintomas físicos ‘inexplicáveis’
O nosso corpo é afetado drasticamente quando passamos por períodos de estresse emocional, ansiedade ou depressão. Em jovens e crianças, é comum que não haja o reconhecimento do problema emocional logo de cara, por isso, existe a possibilidade de os menores desenvolverem dores físicas que, na verdade, estão ligadas a fatores emocionais.
Muitas crianças com ansiedade tendem a ter dores de barriga forte, geralmente antes de algum evento importante, como ir à escola. É necessário ficar atento e deixar claro que o ambiente em que o jovem se encontra é seguro para que conte suas frustrações emocionais sem medo.
A agitação e a irritabilidade também são muito comuns, assim como o contrário: cansaço e falta de energia. Por ser uma doença que ataca cada um de maneira diferente, não existe formula mágica para identifica-lo.
2. Constantes pensamentos negativos
Constantes preocupações que não existiam antes, medos novos e recorrentes e, muitas vezes, até irracionais, grande sensibilidade à rejeição e comentários negativos sobre si mesmo são grandes sinais de que algo está errado. Principalmente se acontecerem ‘’de uma hora para outra’’ e sem motivo aparente. Muitas vezes, esses comentários, mesmo que sejam em forma de brincadeira, tendem a se mostrar pedidos de socorro, pequenas tentativas de chamar a atenção de algum adulto de que algo está errado.
Preste atenção também na indecisão, insegurança e até mesmo na falta de vontade de fazer as coisas que antes eram tão prazerosas e divertidas, como atividades extracurriculares ou brincadeiras com amigos.
3. Mudanças no comportamento
No caso dos jovens adolescentes, esta é uma pegadinha. Pois acredita-se que, ao crescer, a criança deve mesmo mudar e ter sua fase ‘’rebelde’’. Por isso, muitas vezes, os sintomas que transparecem nessa fase são confundidos com sintomas recorrentes da puberdade. Porém, não é bem assim.
Como eu já havia dito, a depressão é uma doença silenciosa e bastante ardilosa, pois afeta cada um de um jeito diferente. É possível que seu filho esteja tendo apenas um dia ruim, ou, pode ser o extremo contrário. Por isso, reforço que é necessário a atenção constante aos pequenos detalhes, mesmo que eles se mostrem ser “nada demais”.
Por exemplo, quando aquela criança que sempre foi tão doce, amável e simpática, passa por uma fase totalmente introspectiva e muita irritabilidade, é um sinal de que precisamos prestar atenção. Se o filho não conversa muito com os pais, fecha-se sempre no próprio mundo, passando longos períodos sozinho no quarto. Esse isolamento social deve ser investigado, porém de maneira sutil, educada e sempre gentil. Não adianta de nada ser incisivo e obrigar o jovem a sair do quarto quando você quiser ou algum tipo de abordagem dessa forma.
É importante buscar um profissional capacitado para orientar e acompanhar o melhor tratamento.
Mãe de 03, psicóloga clínica, especialista na Infância e adolescência, educadora parental, proprietária do Projeto CRIAR e apaixonada pelo desenvolvimento infantil. Atuo com Orientação de Pais e com Psicoterapia Infantil com o intuito de promover relações saudáveis, respeitosas e leves entre pais e filhos.