Contraditório? Talvez, para alguns. Afinal, quando se ouve falar em etiqueta, a impressão que se tem é de estamos diante de regras complicadas, comportamentos rebuscados e futilidades dispensáveis. Todavia, essa compreensão é limitada e, hoje, não mais se justifica relacionar a etiqueta a tal exiguidade conceitual.
A etiqueta é contemporânea e se adapta às transformações culturais e sociais e, por isso, seu arcabouço de regras também se atualiza, por isso, nos dias atuais, valorizar a diferença entre o desnecessário e indispensável se tornou crucial, sobretudo para as regras de comportamento.
Aquela etiqueta, que desde sua origem sempre foi tão permeada por rituais ornamentados e requintados pautados em pura ostentação, evoluiu. Os adereços foram se perdendo ao longo dos séculos. Hoje, nos deparamos com etiqueta revisitada e que procura se harmonizar a nossa realidade volátil, incerta, ambígua e complexa (alô, mundo vuca!!!!). Aqui, sai a alegoria e fica o que é essencial.
Para destacar o essencialismo da etiqueta, enumeramos aquilo que é cerne da questão: o respeito, o outro e as relações humanas.
A regra número um da etiqueta é o respeito. Aliás, – regra não! -, o princípio da etiqueta é o respeito. Aqui, ali ou acolá, ter respeito é o essencial. Lidamos com um contexto diverso e efêmero: ideias, pessoas, lugares, espaços, visões, opiniões. Para conviver harmoniosamente com toda essa pluralidade, basta apenas exercitar o essencial: o respeito.
Ter clareza para saber o que é realmente aplicável. Não estou falando para infringir ou desconsiderar toda uma convenção socialmente aceita. Jamais! Aliás, eu sou uma defensora da etiqueta, mas não de uma etiqueta hierarquizada e excludente, mas sim de uma etiqueta diversa, acessível e que compreende a dor do outro – uma etiqueta inteligente! Tal postura, implica, por vezes, descumprir algumas normas em prol de valorizar o que é essencial: o outro.
Afinal, a etiqueta não tem um eixo temporal finito, suas ações se reverberam a longo prazo. Assim, nossos comportamentos exigem uma reflexão a partir de uma perspectiva futura, de um olhar para depois da curva. Não basta reagir, é preciso construir. Para isso, é primordial para investir naquilo que é essencial: relações mais sólidas.
Sempre digo que as pessoas se preocupam e se ocupam com minúcias extremas e querem memorizar e fixar regras, conceitos e normas, por vezes, até desconexas com a realidade em que vivem. Não basta ser um “código ambulante” de etiqueta é preciso ser seletivo: eleger as regras que se adequam a cada contexto e público. Isso é o essencial!
Uma eterna estudante, apaixonada pelas linhas: as escritas e as bordadas. Compartilha sua paixão pela etiqueta como uma forma de espalhar pequenas gentilezas e delicadezas pelo seu caminho.
Tem como propósito disseminar a etiqueta como uma ferramenta inclusiva capaz de potencializar as conexões humanas.