Já a frente da minha primeira empresa em 2016, engravidei da minha filha Luísa; e foi um misto de “não vou permitir que atrapalhe minha vida” com “como farei para dar conta?” durante os nove meses (rs).
Conforme a gestação avançava, eu fui percebendo que teria que me reorganizar naquele momento, apesar de todo mundo falar que “gravidez não é doença” eu estava fisicamente debilitada! Colocar a calcinha sozinha era impossível; mas mais impossível ainda era continuar trabalhando normalmente com tanta vontade de fazer xixi (rs). Este foi um dos primeiros momentos que realmente me dei conta que as coisas iriam mudar mesmo, e me deu muito medo. Mas vida que segue né? a gente vai com medo mesmo. Vi que não seria possível mais trabalhar tantas horas depois que ela nascesse e que licença maternidade de 4 meses é tão ridículo quanto um careca escolhendo pente.
Ser mãe só me mostrou o quanto a gente não tem controle de nada! A única coisa que queria era que ela não nascesse numa sexta ou sábado, pois eram os dias de maior fluxo no meu restaurante; que dia ela escolheu? Sexta! chegou já como quem dizia “Mamãe, aceita que dói menos” rs. Lú nasceu, que alegria! Muito leite e raras horas de sono; muito apoio de amigas de whatsapp (que foram pra vida real, graças a Deus) e da família.
E o que aconteceu com a Karolyn empreendedora? Não queria mais voltar! só queria ficar grudada naquela bolotinha linda! Mas as obrigações chamavam, e eu trabalhei em horas reduzidas com um bebê a tiracolo e aos poucos fui voltando; uma oportunidade única como mãe- poder ir trabalhar com o filho, fazer livre demanda e poder entrar e sair quando quiser.
A princípio foi ótimo, mas quando ela tinha 10 meses tive que voltar full time e deixar minha preciosidade com a babá, o que partiu meu coração pela primeira vez. Ao mesmo tempo que estava com anseio de me sentir como algo além de mãe novamente, me doía como se eu estivesse deixando um braço para trás. Doeu, mas foi necessário e muito importante para nós duas. Eu voltei um pouco para mim mesma e ela conheceu outro colinho delicioso que ela podia contar!
Aos poucos fui me sentindo menos culpada de voltar a mim mesma, voltei a trabalhar e a fazer academia, uma delícia! Mas as noites continuavam longas e os finais de semana sem a babá eram desafiadores.
Em meio a toda essa transformação, veio uma grande ruptura; separação do pai da minha filha e saída da minha empresa. Fiquei sem chão. E agora? Pela primeira vez passava um problema desses sendo mãe, na minha cabeça rolaram milhares de dúvidas e medos; mas vida que segue, toco o barco e vamo que vamo né!
Recebi a oportunidade de um familiar muito querido de abrir um segundo restaurante, com um viés que eu estava totalmente envolvida graças a maternidade – Alimentação saudável!
Em plena separação, abri meu segundo restaurante em 2018, a Moseria; que foi uma grande válvula de escape e luz na minha vida bagunçada que estava. Mas como toda empresa nova, demandou e demanda muito de mim – nova adaptação com a baixinha. Escola por um período, com o pai em outro e um final de semana de cada.
Essa nova organização me deu medo de executar, pois estava renunciando de horas com minha filha em nome do trabalho, ecoava na minha cabeça “que mãe é essa?”. Foi um cabo de guerra dentro de mim, um lado queria muito ir em frente, empreender e fazer o que amo e outro não queria me permitir trazer mais essa mudança na vida da minha filha; muito mais tempo com outras pessoas do que comigo; fora a saudade né? #MenasMãe
Com muito apoio da família, terapia, floral, óleo essencial e tudo que eu pude utilizar decidi me arriscar. Foi a melhor coisa que fiz.
Hoje passo menos tempo com Luísa, mas são momentos de qualidade. Uma refeição, um banho gostoso, um dengo antes de dormir. Me custou muitas crenças essa atitude, mas valeu cada uma delas. Atualmente tenho uma babá que passa comigo os finais de semana que a Lu esta comigo, minha meta é contrata-la para ficar sempre; sem culpa sem me sentir menos mãe; apenas pelo fato de eu ser muito mais do que Mãe! Antes de tudo sou Mulher, sou empreendedora e também mãe. Quero que minha filha cresça e se sinta livre e não tenha medo de ser toda a potência de ser humano que ela é; não existe melhor jeito de ensina-la do que sendo eu mesma tudo que puder ser.
Essa sou eu, empreendedora e também mãe. Uma experiência única e pessoal. E a sua volta ao planeta terra pós maternidade, como foi?
Karolyn Oberg, paulistana e vivendo em Alagoas desde 2015. Consultora gastronomica, empreendedora da beleza e Terapeuta integrativa – Thetahealing e Terapia Multidimensional. Escreve no portal desde 2018. Sejam bem vindos aqui!
Tanto orgulho dessa minha amiga! Da mãe maravilhosa e da profissional competente que ela é!!! ❤️❤️❤️❤️❤️