Alexandre Herchcovitch sempre é feliz em suas escolhas, é um mestre em surpreender e superar expectativas, e olhe que neste desfile eu estava ao lado de duas expectativas que ele mesmo apostou, todos com desejo de ver o show do mestre.
Para o inverno 2012, o estilista explorou um dos ícones de sua trajetória, o xadrez, que surgiu com a sofisticação característica de suas coleções mais recentes. É como se o jovem Herchcovitch, de perfil mais outsider, encontrasse com o Herchcovitch maduro, requintado. Optando por uma apresentação limpa, o foco ficou na roupa o que deve chamar mais atenção no espetáculo da passarela.
O que impressiona ao primeiro olhar desse grunge chique é o exercício perfeito da alfaiataria, coisa que o designer ama e faz como poucos. Desta vez, as formas vieram arredondadas, expondo a precisão de acabamentos quase de alta-costura, em mais uma provocação do sempre inquieto criador. Sim. Ele ama a precisão da técnica – isso é fato comprovado. Essas modelagens clássicas foram trabalhadas em couro, rendas, cashmere, lã, náilon, em tons de marrons e enferrujados, pincelados por dourados ricos dourados. Objeto de desejo mesmo.
Os vestidos metalizados, o vestido em camadas de renda dourada e a calça dourada mais curta e com leve babado na barra. Ele apostou em mules, o passado volta em lindos saltos quadrados e dourados, isso mesmo dourado. Quero ouro, muito ouro, neste inverno rico.