Os sintomas de ansiedade na infância são, infelizmente, um problema muito comum hoje em dia, mesmo que não seja tão falado quanto deveria. Quando pensamos no assunto, é normal achar que crianças não tem preocupações suficientes para que adquiram qualquer tipo de ansiedade, porém esse é um pensamento equivocado.
A ansiedade é uma emoção natural e todos os seres humanos lidam com ela diariamente. Você fica ansioso antes de uma reunião importante, antes do primeiro dia em um novo trabalho e etc. Crianças são ansiosas por natureza, principalmente em relação ao tempo.
‘’Quantos dias faltam pro meu aniversário?’’ ‘’Já estamos chegando em casa?’’ e perguntas desse tipo são as mais comuns entre os pequenos. Comportamentos normais e esperados, visto que a noção de tempo ainda não está completamente desenvolvida para elas.
Porém, quando ela ultrapassa o limite das perguntas e vem acompanhada de sintomas físicos, pensamentos ruins, medo constante, ou seja, quando causam sofrimento e prejuízos no dia a dia da criança, estamos falando de um problema maior.
Isso é o que chamamos de ansiedade patológica, e ela está se tornando cada vez mais comum entre o público infantil. Cerca de 10% da população infanto-juvenil sofre de algum tipo de ansiedade, de acordo com o Programa de Transtorno de Ansiedade na infância e adolescência.
Dito isto, vamos a algumas dicas para lidar com crianças que estão sofrendo com a ansiedade.
1. Procure auxílio médico
Como mencionado no começo do texto, os sintomas da ansiedade são comuns em todas as idades, o que nos deve preocupar é a intensidade deles. Medos e preocupações são comuns, porém quando estão se tornando cada vez mais intensos e às vezes até irracionais, o melhor a se fazer é procurar ajuda de um profissional de desenvolvimento infantil para auxiliar no processo.
É uma fase tão intensa e preocupante tanto para a criança como para os pais, por isso:
2. Tenha paciência
A sua ansiedade será refletida na criança, por isso, tente sempre permanecer calmo quando perceber que seu filho está passando por situações de crise. Elas irão acontecer e, com sua ajuda, poderão ter uma intensidade menor. Tenha em mente que você, pai ou mãe, também está passando por algo, porém naquele momento o seu filho está precisando de ajuda e você deverá fornecê-la.
Não hesite em procurar ajuda para que se sinta mais tranquila em relação a isso e saiba lidar bem com as possíveis dificuldades.
3. Se mantenha sempre aberto
A ansiedade tende a fazer com que o seu portador tenha pensamentos constantes e acelerados com muita frequência. Crie um ambiente no qual o seu filho se sinta confortável em compartilhar esses pensamentos frustrantes com você, para que consiga pedir ajuda ao invés de se afastar e se isolar.
Para isso, é necessário também que esteja sempre informada e busque entende-lo em primeira mão, pois assim conseguirá ajuda-lo melhor e será aquela pessoa em quem ele pode confiar.
A infância é o período de construção da identidade e dos comportamentos futuros, então é importante que os pais se mostrem desde sempre amigos e parceiros, para que com o tempo as crianças não venham a se distanciar e procurem em outros esse sentimento de conforto.
Eu sei que é difícil para os papais ver nossos filhos passarem por situações que nunca imaginamos que iriam passar, pois temos um instinto de sempre os proteger. Porém, tenha em mente a melhora e que um quadro ansioso não dura para sempre e pode sempre ser tratado e diminuído.
Mãe de 03, psicóloga clínica, especialista na Infância e adolescência, educadora parental, proprietária do Projeto CRIAR e apaixonada pelo desenvolvimento infantil. Atuo com Orientação de Pais e com Psicoterapia Infantil com o intuito de promover relações saudáveis, respeitosas e leves entre pais e filhos.