Em tempos de pandemia, uma das grandes atenções volta-se para construção e manutenção de hábitos que possibilitem melhoria no sistema imunológico, visto que ainda não se tem uma vacina específica para provocar essa resposta direta do corpo ao vírus. Dentre as possibilidades abrangentes do âmbito da saúde no momento atual, estão: alimentação saudável, auxiliada também à suplementação específica; manutenção dos níveis de vitamina D; hidratação; melhoria na qualidade do sono; gerenciamento da saúde mental, atuando no controle do estresse, ansiedade, pânico, distúrbios referentes ao humor e possíveis quadros depressivos; e claro, a prática regular de atividade física.
Fisiologicamente o nosso corpo sofre adaptações consideráveis ao iniciar atividade, e segue perdurando respondendo quando os estímulos são modificados. Alguns estudos científicos apontam que treinos de caráter intenso realizados diariamente, sem o devido planejamento para o descanso, deprimem as capacidades imunológicas do indivíduo. Isso quer dizer que “a dose” diária de exercício ao invés de ajudar pode atrapalhar no quesito imune. Outra situação relevante é o tipo de atividade realizada, como as atividades aeróbias com um alto volume (longa duração), cujas também acabam por depredar mais o sistema imune em até duas semanas, e as atividades anaeróbias intensas com poucos intervalos de recuperação. Uma explicação simples sugere que essas modalidades acionariam um alarme “falso” no organismo deslocando o sistema de defesa para combater a fadiga intensa instalada, deixando o corpo mais vulnerável para outras possíveis infecções.
Vale salientar que as modalidades acima citadas são excelentes e trazem inúmeros benefícios, a questão aqui compreende a diferença na dose e o momento oportuno. Se planejando de forma correta, com alternância entre dias de treinos fortes, fracos, e períodos de recuperação, não haverá diminuição significativa da proteção do sistema imunológico, pelo contrário ele se fortalecerá.
Em suma, indivíduos que realizam atividades moderadas adoecem em menor proporção àqueles que realizam exercícios extenuantes, e neste momento atividades mais curtas e de intensidade moderadas parecem ser mais adequadas por promoverem menos estresse fisiológico e por fortalecer a nossa imunidade ao invés de depreciar o sistema. Minimizando inclusive os efeitos do estresse, outro fator que altera a regulação hormonal do corpo e tem como uma das consequências a diminuição das defesas.
Além disso, um estudo específico realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) com duas universidades do Canadá constatou que a prática regular de atividades físicas é, na verdade, a maneira mais eficiente de reduzir também os sintomas causados por problemas respiratórios, quadro típico de infectados pelo novo coronavírus. Atuando numa melhor recuperação por ser capaz de ativar todo o corpo, e graças ao seu efeito colaborativo ela não só pode eliminar substâncias prejudiciais à saúde como também consegue contribuir para o bom funcionamento geral sistêmico.
Enfim, cuide bem do seu corpo, da sua mente e das suas emoções. Respeite os processos que “seu corpo” tem enfrentado durante esse período, procure dicas e recomendações de profissionais qualificados específicos para cada área. Faça da atividade física uma forte aliada na prevenção, manutenção e tratamento de possíveis enfermidades, eleve sua saúde.
Profa Bru. Personal trainer, consultora esportiva e preparadora física específica para concursos (TAF). Formada em Educação Física (licenciatura plena) pela UFAL há 15 anos, é especialista em movimento humano, treino integrado, kettlebell, clubbell, levantamento olímpico, treinamento de força e emagrecimento para mulheres.
Dona de uma personalidade forte, além de esportista ligada nos 220v, é uma leonina espiritualista, amante da natureza, desbravadora de si, viajante nas horas vagas e que ainda se aventura como Terapeuta Quântica e Reikiana. Aho!