Autoestima vai além da aparência física, sendo construída ao longo das nossas relações desde a infância, nos grupos que nos cercam, começando pelo seio familiar e expandindo-se para a escola, amigos e ambiente de trabalho. Todos esses influenciam, de alguma forma, a percepção que desenvolvemos de nós mesmos.
Existem quatro pilares fundamentais na construção da autoestima: Autoconceito, Autoimagem, Auto Reforço e Autoeficácia. Quando recebemos reforços positivos dos nossos grupos de referência tendemos a construir um autoconceito positivo, acreditando nas habilidades que nos são atribuídas, como ser inteligente ou bonito. Por outro lado, rótulos negativos podem impactar negativamente, gerando autopercepções prejudiciais, como: seu corpo é feio, é distraído, esquisito.
Por vezes, o maior desafio não está fora de nós: a autocrítica e a autor rotulação negativa podem ser prejudiciais, originando críticas e julgamentos internos que nos impedem de enxergar nossas virtudes e pontos fortes, afetando diversos aspectos da vida adulta.
Outro componente na formação da autoestima é a autoimagem, ou seja, a maneira como enxergamos nossa própria aparência física. A beleza física, é frequentemente valorizada e cobrada pelos grupos de referência (principalmente na fase da adolescência, onde passamos por transformações significativas e as vezes difíceis de compreender e aceitar), porém, acreditar que nosso valor está em nossa aparência física seria uma inversão de valores. A ditadura da beleza e da eterna juventude também contribuem para a distorção da autoimagem. É importante que possamos definir nosso próprio modelo de beleza, pois nosso olhar para o belo e o que nos faz bem é individual.
Reflita sobre quem participou da construção da sua autoestima. Você lembra quais foras as mensagens transmitidas? Caso tenham sido destrutivas, um bom exercício é reescrevê-las de forma positiva. E coloque em prática o autoelogio.
Para isso:
- Busque autenticidade, reconhecendo a singularidade individual;
- Comece destacando o que gosta mais em si, destacando as próprias qualidades;
- Descubra sua verdadeira essência;
- Lembre-se que a beleza está intrinsecamente ligada à atitude.
Além do tempo dedicado aos outros, reservar um momento diário para atividades que proporcionem bem-estar é vital. O autocuidado não é egoísmo, mas sim um sinal de merecimento. A sensação de culpa ao se priorizar impacta negativamente a autoestima.
O autoelogio é uma prática de auto reforço, assim como criar frases de enfrentamento, são formas de expressar afeto em relação a si mesma.
A autoeficácia, por sua vez, refere-se à crença e confiança em nossa capacidade. Essa energia é crucial para alcançar objetivos e metas. Baixas expectativas e pensamentos disfuncionais sobre si mesma podem comprometer o crescimento psicológico e a autoestima.
Assim, praticar a autocompaixão e ter consciência sobre nós mesmas são passos essenciais. Desafiar crenças é fundamental, pois muitas vezes temos mais controle sobre nossas vidas do que imaginamos.
Patrícia Vila Nova é psicóloga clínica, palestrante, coautora do Livro Desvendando a Ansiedade, especialista em Gerontologia, mentora em longevidade preparando pessoas para viverem da melhor forma todas as etapas da sua vida.