Todos os anos no Estado de Alagoas nascem quase 400 crianças com cardiopatia congênita. Dessas, mais da metade precisa de alguma intervenção cirúrgica. A doença é caracterizada por anormalidades na estrutura ou função do coração, que surgem nas primeiras oito semanas de gestão, quando o coração do bebê está em processo de formação.
O médico cardiologista do Hapvida, José Leitão, lembra que a depender da causa, a doença pode levar à morte ainda na vida fetal. “Por isso o diagnóstico precoce é muito importante, pois será necessário um acompanhamento diferente no pré-natal até o nascimento da criança, que já deve receber um tratamento adequado durante o parto”.
As causas da doença são diversas e vão desde síndromes genéticas, como Down, a doenças infecciosas do tipo rubéola e sífilis. A diabetes gestacional também pode contribuir para o desenvolvimento da cardiopatia congênita.
Segundo o cardiologista, o principal método para o diagnóstico é feito com o ecocardiograma fetal, que deve ser realizado entre a 24ª e a 28ª semana da gestão. O exame é feito pelo cardiologista pediátrico, o que aumenta a assertividade do procedimento.
O tratamento depende do tipo de cardiopatia. “Podemos fazer a cirurgia para uma correção total, ou seja, todos os defeitos são corrigidos, ou uma correção paliativa, quando há uma cardiopatia muito complexa, onde não é possível realizar uma correção total. Porém, com o avanço tecnológico, existem alguns procedimentos que já podem ser realizados intraútero, durante a gestação”, explica o médico cardiologista José Leitão.