Ter um cartão de crédito com um limite razoável para efetuar compras é a meta de muitos consumidores. A ferramenta representa acesso fácil ao crédito e mostra-se importante para movimentar a economia do país. No entanto, a má administração desse recurso potencializa as chances de endividamento e o melhor é abusar da cautela antes e durante as compras. Considerada a principal fonte de endividamento dos brasileiros, o cartão de crédito também tem os juros mais altos do mercado.
A preocupação neste sentido foi reforçada com um recente levantamento feito pela empresa de análise Serasa eCred. Ele identificou que 47% dos brasileiros têm, em média, quatro cartões de crédito. Ter tantos cartões pode ser um risco para quem não tem controle sobre os próprios gastos, como alertam os especialistas em finanças.
“Neste cenário, é preciso muita educação financeira para não se enrolar com as faturas e acabar atolado em dívidas. A inadimplência aumentou nos últimos tempos, devido aos efeitos nocivos da pandemia de Covid-19 na economia, e o cartão de crédito se tornou uma fonte acessível de crédito para quem está no sufoco e precisa, entre outras coisas, comprar alimentação e itens para manter a casa, por exemplo”, destaca o professor Marco André Ramos, coordenador pedagógico dos cursos de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário Tiradentes (Unit Alagoas).
Apesar das dificuldades, o melhor caminho indicado é redobrar a atenção quanto ao uso do cartão. “Sempre é interessante analisar se determinada compra, ainda que no cartão de crédito, cabe no nosso bolso. A gente sabe que quando a dificuldade chega, naquele momento de aperto, o cartão é um meio de garantir, entre outras coisas, a alimentação, a compra do mês. Recorrer a esse recurso deve ser a última instância, em especial para compras de itens do dia-a-dia, mas se ocorrer, que seja algo feito de forma consciente e com o pensamento já na fatura que virá no mês seguinte”, ressalta Marco André.
Afinal, como utilizar corretamente o cartão de crédito? Segundo o professor, esse recurso deve ser usado para aquelas compras que geralmente não conseguiria efetuar sem o parcelamento do valor. “É o caso de um bem, como uma máquina de lavar ou uma geladeira, por exemplo. Outro ponto é analisar se as parcelas caberão no seu bolso, já que é uma despesa a mais dentro do orçamento doméstico. E, por fim, nada de comprar por impulso”, orienta.