Sabemos que durante a infância a criança age impulsivamente pelas emoções. Isto porque durante este período dos 0 aos 12 anos, ela utiliza muito mais o lado direito do cérebro, responsáveis pelas emoções do que o lado esquerdo, responsável pela racionalidade. Nós adultos precisamos ser como um guia para nossas crianças e direcioná-las nos momentos onde a impulsividade impera. Mas não basta apenas dizer: “acalme-se” ou “não faça isto ou aquilo porque é perigoso”. O momento em que o lado direito está dominando, a razão não vai existir.
Existem diversas formas que podemos orientar nossas crianças e a primeira orientada por muitos psicólogos é nos conectarmos com elas, tentando entendê-las ou até mesmo nos colocando em seus lugares. Fala-se em conectar o lado direito do nosso cérebro com o lado direito do cérebro da criança, e só assim, após nos conectarmos e conseguirmos acalmá-las, a chamamos para a razão.
O ambiente pode funcionar como um mediador para tranquilizar a criança. A depender do estímulo que inserimos nele, podemos controlar as emoções ou potencializá-las ainda mais. Em sua casa, você pode criar um ambiente propício para se tornar o cantinho da calma para o seu filho ou sua filha. Esse cantinho, nada mais é que um espaço aconchegante para que ele se sinta refugiado, acolhido e que lhe dê certa privacidade, afinal assim como nós, a criança também precisa ter o seu momento respeitado.
Importante salientar, que até os 3 anos, os pais precisam guiar a criança até este espaço, ir com ela, convidá-la a estar lá, mas jamais obrigar a criança a ir ou o cantinho da calma se tornará o cantinho do castigo, e não é esta ideia que queremos que ela tenha.
Separe um lugarzinho no quarto da criança, na sala ou outro cômodo e o deixe acolhedor. Use itens como almofadas, livrinhos que a criança gosta ou seus bichinhos de pelúcia. Cabaninhas de teto ou de piso criam a sensação de reduto, casulo, proteção.
Objetos sensoriais são muito importantes e ajudam neste processo em busca de se tranquilizar.
Evite elementos supersetimulantes como cores muito fortes ou excesso de objetos, isto pode irritar ainda mais a sua criança. Tenha ali somente o necessário. O mais importante nisto tudo é que o adulto tenha controle também sobre suas emoções e acolher seu filho ou filha que está completamente perdido em suas emoções e não sabe se acalmar sozinho. Se não houver esta consciência do adulto, o ambiente por si só não irá funcionar e pior, a criança pode ver como um lugar de disciplina e criar aversão.
Arquiteta que após a maternidade descobriu uma paixão pelo universo infantil e passou a se especializar nesta área buscando sempre mais conhecimento sobre a criança e o seu mundo. Hoje Mel Reis trabalha apenas com projetos infanto-juvenis pois acredita que a infância é uma das fases mais importante da vida, e que através da transformação dos ambientes infantis é possível auxiliar no desenvolvimento da criança, além de criar memórias afetivas inesquecíveis.