Você já deve ter ouvido – ou dito – justificativas como “não sei viver sem ele(a)”, “mas a gente passou por tanta coisa juntos(as)” e até a famosa “ruim com ele(a), pior sem ele(a)” para não terminar um relacionamento. Por mais comum que seja, esse sentimento pode ser um sinal de desequilíbrio emocional, afinal, mesmo que as pessoas confundam, apego e amor são coisas totalmente diferentes. No fim das contas, o apego é capaz de destruir o amor construído.
Isso acontece porque, geralmente, as pessoas que se apegam têm medo de serem abandonadas ou desprezadas. É uma resposta do ego a uma possibilidade que temem, então elas começam a viver em função de outra pessoa. Além de ser sufocante, isso limita a capacidade de autoconhecimento e crescimento pessoal.
A própria ciência já diz que sem autonomia, não existe amor, e sim um vício complacente (1). Por isso, vou te apresentar – caso ainda não as conheça – as quatro leis do desapego para te ajudar a se desprender emocionalmente, e a tornar seus relacionamentos mais leves:
1. Você é responsável por si próprio(a)
Ninguém pode viver por você. Tudo o que você carrega dentro de si é único e é resultado de suas interações com o mundo. Partindo desse princípio, cultive a sua própria felicidade e não a coloque nas mãos de ninguém!
Ninguém é capaz de suprir sua própria necessidade, portanto, essa lei vale para todas as escolhas feitas na vida.
2. Esteja presente no presente
Viva o hoje! “O passado é uma roupa que não nos serve mais”, já dizia Belchior, e o futuro não é uma promessa a ninguém. Assuma sua realidade com sabedoria e viva um dia de cada vez.
Aprenda a perdoar e a deixar ir.
3. Nem sempre ganhamos
Nada dura para sempre. Nem os objetos, nem a vida e nem as relações. Já que a perda é inevitável, o ideal é aceitarmos esse destino e enfrentar os momentos difíceis com tranquilidade e coragem.
Apesar disso, confie no amor e se entregue ao sentimento. É ele quem dá sentido à existência humana.
4. Liberte os outros e seja livre
O libertar e o ser livre, nesse sentido, significa que você não deve assumir a responsabilidade pela vida e escolhas dos outros. Assim como não deve haver imposições e nem colocar o outro numa gaiola.
Criar vínculos, amar e ser amado é uma necessidade básica, podemos fazer tudo isso quando há respeito e sintonia entre ambos os lados.
Agora que você conhece – ou reconhece – as leis do desapego, comece a vivê-las na prática. Um pouquinho a cada dia, afinal, não é fácil se desapegar do que amamos da noite para o dia. Com o tempo, é possível viver com o desprendimento necessário.
Se sentir que a caminhada está muito difícil sozinha, procure ajuda de um terapeuta complementar para dividir e te auxiliar a lidar melhor com as suas emoções nessa jornada.
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Referências:
- SOPHIA. E.C. Amor Patológico: Aspectos clínicos e de personalidade. (Dissertação de mestrado). São Paulo: Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina, 2008;
