Persistir é bom, mas encerrar um ciclo na hora certa é melhor ainda.
Se já faz um bom tempo que você anda desmotivado no trabalho, descontente e pensa o tempo todo em fazer algo totalmente diferente para viver, talvez seja hora de considerar uma modificação radical na vida profissional. Evidentemente, a maioria das pessoas precisa de um tempo para realizar essa transição e mudar de carreira, mas não dá para ignorar a insatisfação interna. É o que considera a psicóloga, doutora em Linguística e coach de carreira, Cristiane Souza.
“A mudança pode ser um processo demorado, mas quando não estamos satisfeitos, não adianta desprezar os sinais e fingir que nada está acontecendo. Seu corpo começa a se manifestar para que você faça alguma coisa, você começa a sonhar com a mudança e a desejá-la, e outros sofrimentos surgem. Evitar pensar neles (os sinais) deixa de ser uma saída para conviver com as situações que lhe agradam”.
No caso da confeiteira Ana Melo, parece que o universo conspirou para essa mudança de carreira. Formada em Geografia desde 2008, o sonho de Ana era trabalhar na área de pesquisa. Só que para torna-lo realidade, ela teria que sair de Alagoas. “Não tive condições de me mudar, eu tinha 21 anos e não tinha dinheiro para sair daqui. Minha outra opção era lecionar”, diz ela.
No entanto, até mesmo ensinar virou um desafio. “As escolas particulares sempre fazem rodízio de professores a cada término de ano letivo e eu sempre era demitida”, conta a geógrafa. Entre uma demissão e outra, pesquisando uma receita nova de sobremesa, Ana descobriu a palha italiana. A partir daí, foram muitas tentativas para conseguir um resultado que ela pudesse comercializar até que ela ficou sem grana.
“Foi aí quando meu pai, vendo meu esforço em querer fazer algo para complementar a renda, me deu o primeiro fardo de leite condensado, biscoito e chocolate. E tudo foi dando certo”, relembra Ana. Já a mãe da confeiteira, tentava mostrar para a filha a necessidade de ter um emprego, embora a apoiasse em suas escolhas.
A psicóloga Cristiane Souza ressalta que é importante conversar com a família antes, para que eles fiquem mais seguros e para que sejam evitadas cobranças posteriores.
“É um movimento mais ético, é o ideal optar por uma troca dessas verdades. A melhor coisa é colocar as cartas na mesa e dar a justificativa mais honesta possível, porque no fundo a gente percebe o quanto essas pessoas são importantes para a gente e que podem nos ajudar sempre”, ressalta Cristiane.
Hoje, Ana Melo vive exclusivamente da confeitaria e revela que definitivamente não nasceu para estar numa empresa, recebendo comandos. “Eu sou muito mais feliz sendo dona da minha própria história, ouvindo das pessoas que minhas mãos são abençoadas pelas coisas gostosas que faço. É isso que eu amo”, diz a confeiteira.
Contar histórias, traduzir momentos e conhecer pessoas é uma grande paixão que se tornou profissão. Jornalista, mãe, vinte e poucos anos. Curiosa, crítica, com um grande desejo de fazer alguma diferença no mundo. Amo o mundo materno-infantil, viajar e qualquer coisa relacionada à signos. Ah, e by the way, eu sou leonina.
Adorei, Joana. Parabéns. Que seja só o primeiro de muitos.