Pode até parecer bobagem, mas há muitas reformas e construções que dão errado por causa de pequenos deslizes, que poderiam facilmente ser evitados. Muitas vezes isso ocorre por falta de conhecimento dos moradores, tentativas de fazer pequenas economias, falta de gestão, prazos apertados, entre outros fatores. Com bastante experiência em obras residenciais, o arquiteto Bruno Moraes, do escritório que leva seu nome, traz uma lista com os 8 principais erros que costumam acontecer nas reformas e apresenta soluções simples para que eles não ocorram. Confira!
1. Orçamento estourado
Esse é disparado um dos principais erros das reformas, fator que muitas vezes acaba inviabilizando o andamento da obra. Para não cair nessa cilada, é preciso ter um projeto detalhado, para saber exatamente o quanto será gasto em cada parte. A partir de uma boa análise, o morador evita gastar a mais do que devia, assim como não irá passar aperto com a falta de materiais.
“Eu sempre uso o exemplo da receita de bolo para falar de uma reforma, afinal se você não seguir as quantidades corretas de insumos, todo o trabalho vai desandar. Portanto, quantos sacos de cimento serão necessários com base no tamanho do imóvel? Qual a metragem de tubulação que será preciso utilizar? E, quantas latas de tinta são recomendadas para pintar tudo? Todas essas perguntas precisam ser feitas”, exemplifica o profissional.
2. Atrasos
Esse é outro problema clássico. Para não colocar os prazos em risco, é preciso ter um cronograma organizado com a apresentação de todas as etapas e processos. Por exemplo, no caso de uma pintura será necessário especificar quando será feito o serviço, quais os locais específicos serão pintados – como parede, forro, rodapés etc., além da metragem total e quantidade de tinta que será utilizada.
Já com relação aos revestimentos, será preciso verificar os locais escolhidos (piso, parede, área externa, interna) e os modelos que deverão ser instalados. Portanto, tudo isso precisa ser levado em conta para que seja feita a estimativa de tempo. “Da mesma forma que minha equipe se dedica em pensar no orçamento item por item, também vai precisar desse cuidado para avaliar os prazos. Em resumo, é preciso gastar mais com planejamento, para economizar com a execução depois”, conta.
3. Mão de obra desqualificada
É preciso conhecer muito bem o profissional antes de contratá-lo para algum tipo de trabalho. Bruno recomenda que os moradores busquem referências antes, como perguntar para os amigos, pesquisar perfis de Instagram de escritórios de arquitetura e design, olhar quais são os clientes atendidos, ou até mesmo visitar algum endereço que ficou pronto. “Costumo dizer que o melhor cartão de visita é uma reforma bem-feita. Só assim você vai evitar a contratação de mão de obra desqualificada! Por fim, meu conselho é: não escolha um profissional baseado somente no preço porque o resultado pode não ser o esperado”, diz Moraes.
4. Arrependimentos
Quem nunca achou que a sala ficou apertada após a reforma? Ou que um revestimento não ficou tão bom quando parecia? Esse tipo de arrependimento – ao perceber que algo não ficou como o esperado – é muito comum de acontecer, mas pior do que isso é o gasto de tempo, dinheiro e energia que serão necessários para contornar a situação. Já dizia o ditado, é melhor prevenir do que remediar. Por isso, o arquiteto frisa a importância de um bom projeto: “Dos pequenos aos grandes pontos tudo precisa estar especificado: quais são os acabamentos? Que tipo de sensação você quer obter? Onde a lâmpada vai acender? Quanto mais detalhes, melhor! Afinal, tudo isso vai fazer parte da sua rotina”, diz Bruno.
5. Especificação de cores e revestimentos
É muito comum que as pessoas fiquem ansiosas para definir o mais rápido possível as cores e revestimentos para o apartamento novo. No entanto, no caso das tintas, o ideal é fazer um teste com três tonalidades próximas em um cantinho da parede (com a cor escolhida inicialmente, um tom abaixo e um acima). Assim, na hora de comprar um volume grande de material, não há chance de trazer a cor errada, principalmente com relação às diferenças geradas pela iluminação dos locais.
Já com relação aos revestimentos, Bruno aconselha que os moradores façam uma visita presencial à loja para conferir os modelos de perto. “Hoje em dia, principalmente após a pandemia, eu vejo muitas pessoas querendo comprar pela internet, mas isso pode dar diferença de tonalidade, de acordo com cada tipo de tela”, lembra o profissional.
6. Calotes
Esse é um dos maiores perigos de contratar profissionais sem referências. É aquele tipo de situação em que um determinado profissional promete fazer um serviço e não aparece, atrasa as entregas, ou até mesmo some sem terminar o trabalho. E, o pior, muitas vezes o combinado já está pago! “Quem nunca viveu essa experiência ou pelo menos conhece alguém que tenha tido esse problema? Por isso, ressalto a importância de se fazer um contrato de obra, além de listar todos os itens, colocar cláusulas, para que depois não ocorra nenhum mal-entendido, ou acréscimo de valores”, alerta.
7. Solicitações de Materiais
Bruno recomenda centralizar os pedidos de materiais de construção para alguns dias específicos, como por exemplo, uma vez por semana. O intuito é não estourar a verba com fretes ou deslocamentos para a loja, além do tempo, muitas vezes do proprietário do imóvel que vai e volta ao local. “Infelizmente, muitas pessoas nas obras não têm esse planejamento, então a ideia é orientar a equipe de forma a organizar etapas, quantidades e prazos, de maneira que as visitas à loja sejam mais focadas”, conta o profissional.
8. Furtos ou imprevistos
Para evitar aborrecimentos como o sumiço de materiais e ferramentas, a recomendação é instalar, pelo menos, uma câmera de monitoramento, especialmente quando se trata de locais com maior exposição a terceiros. Outra possibilidade mais eficiente perante os imprevistos é fazer um seguro de obras, que poderá cobrir eventuais prejuízos como furtos, passando por acidentes de trabalho, além de problemas com vizinhos, como um vazamento de água no apartamento de baixo.