As crianças aprendem brincando. A pedagoga, pesquisadora e médica italiana Maria Montessori já dizia que esse é o trabalho delas, o brincar. O nosso papel como pais, mães, cuidadores e educadores é observar o modo como o fazem e propiciar um ambiente que gere um crescimento saudável. Como fazer isso? Que tal começarmos pela escolha dos brinquedos?
As crianças maiores escolherão seus próprios brinquedos. Mas, essa escolha começa com a nossa oferta quando são crianças pequenas (de 0 a 3 anos). E a oferta, meus caros, tem que ser sortida, como o mundo. As crianças gostam de brincar é com as “coisas” do mundo. Comecemos por aí, oferecendo e propiciando brinquedos com materiais que advém do mundo, da natureza. Chegamos então, aos brinquedos de madeira. Eles são feitos de material vivo com texturas diferentes e um calor, que lhe garante energia e vibração próprios.
Com essas três características, a vivacidade, a diversidade e a energia há, internamente, o desenvolvimento de habilidades para lidar com as tarefas do cotidiano, promovendo um estado de equilíbrio dinâmico entre organismo e seu meio ambiente, que é o conceito amplo de saúde.
Além disso, a criança se envolve e é envolvida pelos brinquedos de madeira na medida em que trabalha com os seus cinco sentidos (foto 1). Pelo tato (a madeira tem textura) promove-se a coordenação motora fina. Pela visão (a madeira tem cores diferentes e formas geométricas) promove-se o trabalho do foco e atenção, além de desenvolver a coordenação óculo-manual. Pode também envolver o olfato (a madeira tem cheiro), a audição (a madeira emite sons) e o paladar (a madeira tem gosto e calor), gerando uma integração do ser criança, uma relação entre ambiente interno do seu desenvolvimento e o externo daquilo que está a sua volta.
A saúde física ganha contornos mais precisos com a possibilidade de movimentos grossos e finos, seja do próprio corpo (foto 2) ou dos dedinhos ágeis ao empilhar pequenos tocos de madeira, por exemplo. A saúde emocional se delineia também pelo fato de serem brinquedos “abertos”, ou seja, eles só funcionam com a participação ativa da criança, dando a noção interna de capacidade e estimulando a imaginação e a criatividade.
O desenvolvimento da saúde mental também tem seu espaço. A madeira é imperfeita (na verdade ela é perfeita como é), assim como somos. Ela é cheia de nós que denotam sua idade, inclusive. Se pegarmos um brinquedo simétrico como o Triângulo de Escalada (foto 3), vemos que suas laterais são simétricas, porém não exatamente iguais, cada uma tem linhas que lhe dão um caráter singular. Assim, de algum modo, interiorizamos na criança a capacidade de enxergar a diferença, a aceitação de si e a percepção da sua singularidade. E, é isso que a torna especial, não é?
Os brinquedos de madeira promovem, portanto, o desenvolvimento integral da saúde, física, emocional e mental. Além do fato de serem duráveis, ensinando sobre o cuidado com o meio ambiente e o consumo consciente. Esse cuidar recai na possibilidade do brinquedo continuar fazendo outras crianças felizes, já que pode ser passado pro irmã(o), prima(o) ou amiga(o) ou até uma instituição de caridade. Então, já escolheu qual brinquedo de madeira vai dar pro seu filho? Assim como as crianças trabalham brincando, escolha os brinquedos do seu filho brincando…. “Uni-duni-tê, salamê minguê, um sorvete colorê, o escolhido foi vo-cê!”
Texto escrito por Ana Rita Vidica e Luan Kehl, pais do Martim. Eles escolheram criar os brinquedos de madeira do pequeno com o desenvolvimento da marca Imaginadeira (@imaginadeira).