Originária da Escócia e fruto do amor e desejo que uma de suas rainhas possuía de expor as suas taças e louças, as cristaleiras surgiram em meados do século XVII como uma peça clássica do mobiliário – em um primeiro momento, desenhada especialmente para ela – no décor clássico tornaram-se ícones de sofisticação, funcionalidade e valor.
Embora longeva, a arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente do escritório que leva o seu nome, afirma que a cristaleira é atemporal e moldou-se ao longo do tempo. “Eu sou apaixonada pelo móvel por acreditar na importância que ela exerce no décor de interiores. Junto com sua beleza, eu considero como uma peça perfeita para deixar tudo mais acessível na ala social da casa”, afirma.
Hoje, a peça multifacetada pode ser encontrada em diferentes modelos, formatos, texturas e cores, além de figurar em versões modernas, personalizadas ou como verdadeiras relíquias de família. Acompanhe as orientações da profissional:
1. Móvel multifacetado
Com o passar dos anos, à medida que as técnicas de marcenaria foram avançando e décor evoluindo com seus variados estilos, em alguns momentos as cristaleiras até perderam um pouco de sua força e presença cativa nos ambientes. Entretanto, segundo a profissional, a modernidade se encarregou de modificá-las e hoje elas voltaram com uma gama muito maior de modelos e valor agregado. “A cristaleira ganhou representatividade na arquitetura de interiores contemporânea e a sua forma vai depender da personalidade dos moradores. Mais atual, impossível”, comenta Cristiane.
Longe das antigas peças soltas, que nos remetem ao ambiente de antiquários, o décor atual trabalha com cristaleiras embutidas em paredes ou móveis, contribuindo para a otimização dos espaços e se adaptando-se a ideia de que os espaços de habitação devem ser cada vez mais personalizados em função da área disponível.
Se engana quem acredita que as cristaleiras combinam apenas com a uma leitura clássica da decoração. Uma das tendências do design de interiores é a mistura de estilos – o que torna tudo mais dinâmico, criativo e personalizado. Sendo assim, até mesmo aquelas peças com cara de “casa de vó” têm a sua relevância nos projetos contemporâneos e, ao assumir a sua postura de protagonista, impõem forte personalidade.
2. Funcionalidade
A cristaleira assume funcionalidades e propicia benefícios para diversas atividades do dia a dia. Além do papel de acomodar taças e louças, ela torna o ambiente mais elegante e prático. “Gosto de recomendar a cristaleira para meus clientes e argumento com o seguinte pensamento: tudo o que estiver de fácil acesso, as pessoas utilizarão com mais frequência. Do contrário, tudo aquilo que está acondicionado em um lugar mais privado da casa tanto pode ser esquecido, como também pode ser um desestímulo para utilizar. No final das contas, só acumulará poeira e ocupará espaço”, alega a especialista.
Outra benefício diz respeito ao receber. Tendo os objetos expostos e a mão, não é demandado grandes esforços para que os moradores sirvam as visitas – não é necessário nem mesmo sair do mesmo cômodo – assim como, elas mesmas podem se sentir mais confortáveis para se servirem sozinhas.
3. Décor
Não menos importante para as cristaleiras, mas alguns de seus papéis principais são o de compor o décor e impor a personalidade de seus moradores no ambiente. Com as suas paredes de vidro e design único, elas expõem as louças mais grandiosas ou com grande valor afetivo para a família – para assim desempenhar corretamente o seu papel de destaque no espaço.
Para isso, onde a decisão pelo local certo é primordial. “O posicionamento da cristaleira dependerá dos hábitos dos moradores, respeitando a personalidade e as necessidades da família. Entretanto, eu aconselho prestigiá-la na área social, em cômodos como o living, a sala de jantar ou varanda gourmet”, comenta Cristiane Schiavoni. Caso o objetivo seja praticidade além da decoração, posicioná-la na cozinha também pode ser uma boa estratégia.
Caso a peça não seja feita sob medida, é essencial ter conhecimento sobre o espaço disponível para a sua inserção, versus o tamanho do mobiliário. Dessa forma, fica mais fácil evitar que a circulação seja comprometida. Já na hora de organizar os itens, uma dica que a arquiteta concede é enaltecer e dispor os utensílios mais bonitos e lustrosos em locais de destaque na cristaleira.
4. Valor afetivo
Um dos principais valores agregados a cristaleira é o lado sentimental ativado por sua presença no décor. Muitas vezes, elas podem ser herdadas de geração para geração ou eleitas para expor itens especiais recebidos de entes queridos, adquiridos em viagens ou mesmo comprados em antiquários. E peças tão significantes merecem ser tratadas com grande relevância e destaque. Sem contar que, dessa forma, elas trazem a sensação de acolhimento, de que estamos em casa, e ajudam a tornar o ambiente único.
Sobre a arquiteta Cristiane Schiavoni
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), Cristiane Schiavoni atua na área de arquitetura, decoração e reforma desde 1996 e hoje, o escritório que leva seu nome, tem mais de 20 anos de história, reunindo centenas de projetos dentro e fora do Estado de São Paulo. Em suas criações residenciais e comerciais, publicadas em importantes veículos brasileiros, elementos-surpresa e toques de cor se misturam aos recursos que garantem o conforto e o aconchego dos moradores.
Acabamentos aplicados de maneira incomum e materiais versáteis também são presenças constantes nos trabalhos de Cristiane Schiavoni. O resultado se reflete na concepção de ambientes modernos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente.
Tel. (11) 3649 4900
www.cristianeschiavoni.com.br
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