Convidamos algumas mães para contar um pouco sobre a experiência com introdução alimentar com seus filhos.
Kamilla Brandão Dantas
Os ciclos de nutrição da Valentinna, bem como seus avanços, procederam com aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, quando, então, iniciei sua alimentação complementar através da introdução de frutas amassadas, sopinhas de legumes liquidificadas, intercalando o método tradicional com as tentativas do BLW, que não fora bem aceito por ela, visto que sempre apresentava certa repulsa em pegar os alimentos com as mãos e levá-los a boca. A utilização de frases como “Olha que prato lindo, Você come lindo meu amor, Que comida deliciosa” refletia de forma positiva para que ela fosse desbravando sabores, texturas e insistindo em certos alimentos que, de início, não eram aceitos. Tudo sempre com muita paciência e persistência. As texturas foram evoluindo gradativamente, ficando cada vez mais grossas, com pedaços, incentivando assim a mastigação; por volta dos 10 meses já levava tanto os alimentos como a colherzinha a boca. Após o 1º ano, a comida especial deu lugar ao cardápio da família, que por sua vez, sofreu alterações benéficas para facilitar a rotina e melhorar sua qualidade nutricional, evitando-se o uso de temperos fortes, excesso de sal, açúcar e gorduras em alguns pratos. Hoje, prestes a completar 2 anos, ela ama comer de tudo, os talheres são mais bem manuseados, as vezes, apresenta certas preferências que tento adaptar para que haja o equilíbrio nutricional diário. Continua consumindo o leite materno, cerca de 3x ao dia.
Yato Wei
Esperamos Jorge completar 6 meses, e como ele já apresentava os sinais de prontidão, para o método BLW, iniciamos a IA. O primeiro mês foi bem introdução mesmo, eu ofereci todas as frutas, legumes e tubérculos que tinha na feira, cada dia dava algo diferente e sempre tendo um item das três famílias de alimentos. As proteínas, também ofereci sem recessão, incluindo ovo e peixe. Como pesquisas mais recentes mostram que há uma janela imunológica (de 6 a 9m) para introdução de alimentos que mais causam alergia, tais como ovo, peixe, trigo, amendoim e por isso esses alimentos foram todos oferecidos com 6 e 7m, só leite de vaca e frutos do mar que não. O legal do BLW é que a gente respeita o ritmo dele e nada é forçado. Tudo que ele come, eu como também, então eu preparo toda a comida sem sal e com mínimo de óleo possível e depois ajustamos o sal na mesa, mas descobri que alguns temperos realçam tão bem o sabor que quase não precisa de sal. O melhor disso tudo é que nós, pais, estamos nos alimentando melhor, numa verdadeira reeducação alimentar. O melhor conselho que recebi foi de não criar expectativas, porque a gente acha que o bebê vai comer aquele pratão de comida, mas não é bem assim. Tem dia que come bem, tem dia que não come nada.
Karine Alécio
Davi tem um ano e dez meses e sempre mamou muito. Voltei a trabalhar aos poucos, com 3 meses, e todos, inclusive o pediatra, acharam que ele ia desmamar. Porém, com muita força de vontade consegui manter só o leite materno até os seis meses. Ordenhava e congelava o meu leite para que ele tomasse enquanto eu estava no trabalho. Aos seis meses iniciamos a introdução alimentar. As frutinhas ele aceitou bem, ainda hoje é o que mais gosta de comer. Teve resistência às papinhas salgadas, mas aos poucos foi aceitando. Nossa maior dificuldade foram os alimentos sólidos. Ele resistiu muito, e como ainda mamava, sempre pedia o peito. Começamos a deixar ele livre pra pegar nos alimentos e naturalmente ele começou a comer. Eu resumo a alimentação dele em fases, em alguns momentos come bem e de tudo, em outros só quer um tipo de alimento, principalmente se tiver doente. Com um ano e sete meses entrou na escolinha, onde é oferecido lanche saudável e almoço. Notei uma grande melhora na aceitação dos alimentos. Nossa próxima etapa será o desmame, que será um momento delicado pra nós dois. Já comecei a conversar com ele sobre isso e, novamente, com muita paciência iremos conseguir.