Empreendedoras, professoras, gestoras, jornalistas, advogadas, representantes da academia, da agricultura familiar, da construção civil e de diversas instituições estiveram reunidas, na noite da última quinta-feira (26), no evento de lançamento da Rede Feminina de Alagoas. A Rede é articulada pelo Sebrae Alagoas e organizações parceiras para reunir todos os coletivos e grupos femininos locais para fortalecer e auxiliar as mulheres alagoanas.
O evento, que teve início com a discussão sobre o conceito de rede e a importância dela para as mulheres locais, foi aberto pela analista da Unidade de Soluções e Inovação (USI) do Sebrae Alagoas, Ana Madalena Sandes. Ela ressaltou que a ideia da rede também é incluir quem se identifica com a causa feminina não apenas em Maceió, mas no estado inteiro.
“Às vezes não nos conectamos com a mulher do interior, a mulher quilombola, indígena ou até com as daqui mesmo [da capital] para se ajudar. Quando falamos de rede, falamos de conexão, retroalimentação, fazendo parcerias para termos mais força e, assim, possamos buscar políticas públicas para que todas as mulheres tenham voz. A Rede é de todas as mulheres. Ainda não vivemos em equidade e precisamos buscar”, afirma.
Uma das participantes do encontro foi Luiza Jaborandy, presidente da Fundação Alagoana de Apoio à Diversidade (FAD). Ela destacou que outra ideia da Rede é fazer a construção de um projeto de forma coletiva, com a união de mulheres compartilhando experiências, vivências e dificuldades.
“Estou muito feliz com esse primeiro encontro. Não imaginamos o quanto tem de liderança feminina espalhada pelo estado. Aqui, podemos ver um pouco disso. A rede tem esse objetivo. Juntas, estamos formando uma teia. Ainda temos muito para fazer nessa rede inédita no Brasil. Temos que dar as mãos e nos valorizar, trabalhar o empreendedorismo e dar autonomia às mulheres. Vamos tomar conta do projeto todas juntas”, pontuou.
Diversidade
Esse primeiro encontro ficou marcado pela diversidade de mulheres. De olho nessa pauta, a empreendedora e educadora sexual Milka Freitas falou sobre o conceito de diversidade e do feminino, e de como estes conceitos poderão ser abordados na Rede.
“Nos últimos anos estamos discutindo o feminino propriamente dito cada vez mais. Fomos criadas de uma forma em que feminino era apenas a mulher que gostava de maquiagem e ser vaidosa, usando salto-alto. Isso tem mudado bastante. Cada mulher tem sua feminilidade gostando ou não de maquiagem, seja ela mulher cisgênero, transgêneros. Este é um momento de construção e desconstrução, vamos nos permitir, errar, acertar, ensinar e aprender. A diversidade vai bem além da sigla LGBTQIA+, mas inclui a diversidade de pessoas, religiões e posicionamento político. O grupo da Rede vem discutir ideias e não somente pessoas”, ressalta.
Outra participante foi Lívia Martins, arquiteta e urbanista representando as mulheres da construção civil, que destacou o quanto a rede pode ser importante para fortalecer mulheres de setores os quais o machismo ainda predomina e aumentar a empregabilidade feminina em todas as áreas.
“É um momento importante para mim. Minha experiência sempre foi lutar contra o machismo em todas as áreas. Tive dois filhos enquanto fazia mestrado e ouvia piadas até de professoras mulheres. O período em que a mulher entra no mercado de trabalho coincide com a época em que ela quer se expandir. Não sou contra as lideranças masculinas, mas sou a favor de estimular as mulheres para que elas saibam que é possível liderar ainda mais”, frisou.
A Rede Feminina de Alagoas também irá articular a promoção de políticas públicas em prol da mulher. Por esse motivo, o convite foi estendido a participação de mulheres que atuam na política local. Uma das convidadas foi a deputada estadual por Alagoas Jó Pereira.
“A Rede é um reconhecimento às mulheres que empreendem, lideram e fortalecem outras mulheres. Parabéns ao Sebrae e à startup Mulheres Connectadas. Estamos em pauta e precisamos protagonizar a nossa história para que possamos ser vistas também como líderes de mulheres e homens, equilibrando a política, e o mercado de trabalho. Dividimos muitas tarefas com os homens, mas queremos dividir o papel de protagonistas. Para mim é uma felicidade ver mulheres na política. O dia a dia não é fácil, mas é prazeroso. Somos muito intensas no que fazemos”, concluiu.
Estiveram presentes mulheres representando instituições, empresas e organizações como o Sebrae Alagoas, Coletivo Mulheres Governo Digital, Rede Global de Empreendedorismo, Fundação Alagoana de Apoio à Diversidade, Mulheres Connectadas, Águias Femme, Rede Ama (coletivo de mães alagoanas), Revista Due, Empodera – Encontro de Empreendedorismo Feminino, Instituto Mandaver, W2W Maceió, Madalenas Alagoanas, Projeto Menstruação Solidária, As Desmedidas, Projeto Nosso Mangue, Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Pescadoras de Alagoas e Associação União de Mulheres.
As interessadas podem contribuir com a Rede preenchendo o formulário disponível no link: https://bit.ly/RedeFemininaDeAlagoas.
