Teve um dia ruim, seu relacionamento não está bem, seu trabalho está te esgotando e, para se sentir melhor você pensa em comer um bolo cheio de chocolate – só de imaginar o sabor e o quanto será prazeroso comê-lo – já temos uma resposta ao cérebro de prazer/recompensa.
Não há problema recorrer a comida para obter prazer ou satisfação, afinal o papel do alimento vai muito além de nutrir o corpo. O problema é quando essa é a sua principal forma de enfrentamento emocional.
O comer emocional se estabelece todas as vezes que você utiliza a comida para se acalmar, buscar alívio ou evitar desconfortos emocionais. Essa forma de lidar com as emoções “funciona” temporariamente ou funcionou no passado, mas os sentimentos que desencadearam este comportamento ainda estão lá, podendo te trazer efeitos negativos a longo prazo.
O primeiro passo para fugir desse ciclo, é sair do piloto automático e interromper o impulso, reconhecer o que você está sentindo, modular as reações emocionais e até mesmo aceitar e tolerar o estado emocional quando não for possível alterar as emoções de imediato, isso pode ser alcançado com ajuda profissional de um psicólogo na maioria dos casos. Por fim, é importante pausar a rotina exaustiva, se reconectar com o seu corpo e atender as suas necessidades mais genuínas.
É importante também reconhecer os sinais físicos de fome, como falta de energia, indisposição, o estômago ronca, vem aos poucos e já se passaram algumas horas após a última refeição. A fome fisiológica não é específica para determinados alimentos e não gera culpa, frustração ou sentimentos negativos relacionados ao alimento. Já a fome de cunho emocional, é caracterizada pela urgência em comer algo mesmo na ausência dos sinais físicos de fome, geralmente algo hiperpalatável e acompanhando sentimentos de culpa e frustração.
Precisamos compreender que os sentimentos (mesmo aqueles desconfortáveis) fazem parte da natureza humana e precisam ser legitimados e validados. Os sentimentos quando acolhidos em um ambiente que promova a reflexão, o conhecimento de si, o contato com seu mundo mental e emocional com autenticidade, aumentam a possibilidade de o indivíduo desenvolver suas potencialidades, e consequentemente viver uma vida melhor.
Médica formada pela UFAL, pós-graduada em nutrologia pelo CBMS e pós-graduada em Obesidade e Síndrome Metabólica pelo IPGS. Uma apaixonada pela mudança do estilo de vida, pratico uma medicina inclusiva, preventiva, que cuida do ser em sua integralidade e que busca saúde em todos os seus âmbitos