Ela é educadora sexual, psicóloga, jornalista e escritora. Foi editora de Emoções e Sexo, da Revista Claúdia, e escreveu para diversas revistas, dentre elas Capricho, Vogue Homem, Veja, Uma e Nova.
Peça chave do programa “Altas Horas”, Laura Muller fala especialmente com a Revista DUE e responde as curiosidades de nossos leitores.
Revista DUE – Como surgiu o convite para participar do Altas Horas?
Eu tinha acabado de lançar meu segundo livro, o “500 Perguntas Sobre Sexo do Adolescente – Um Guia para Jovens, Educadores e Pais”, e a produção do programa entrou em contato comigo. O Serginho Groisman estava querendo fazer justamente um quadro de perguntas e respostas. Gravamos uma entrevista, foi ao ar e a turma aprovou. E já estamos no sexto ano do quadro SEXO.
Revista DUE – Já aconteceu de você ser parada na rua para tirar dúvidas sobre sexo? Qual a faixa etária das pessoas que lhe param?
Sim, isso acontece toda hora: na padaria, no restaurante, no banheiro de algum lugar público, no parque, sei lá mais onde. Até uma moça da Polícia Federal me fez uma pergunta uma vez, na fila do aeroporto. Gente de todas as idades vem falar comigo: jovens, adultos, terceira idade. Fico feliz com esse reconhecimento do meu trabalho.
Revista DUE – Os jovens estão constantemente com dúvidas. Qual é a mais frequente?
Sobre desejo, orgasmo, ereção, ejaculação, tamanho de pênis, pílula anticoncepcional e tudo o mais em torno da iniciação sexual. Tem muita coisa a esclarecer nessa fase e em qualquer outra da nossa vida, não é mesmo?
Revista DUE – No programa Altas Horas, qual foi a pergunta mais curiosa e/ou engraçada que você já teve que responder?
Teve uma que ganhou uma repercussão danada em outros canais e nas mídias sociais, em que um jovem perguntava se beber esperma engrossava a voz. Não, não engrossa. A voz vai engrossar na adolescência por conta das transformações corporais da fase. Não precisa cometer esse desatino de beber esperma.
Revista DUE – Algumas mulheres querem realizar seus fetiches, mas têm vergonha do parceiro. Como ela pode proceder?
Cada pessoa precisa se respeitar, antes de tudo. Se algo vai além dos seus limites, melhor não fazer. A dica é: faça o que ficar confortável. E aos poucos.
Revista DUE – Quanto o sexo é importante para a relação?
Para cada pessoa essa importância vai ser uma. Não há uma regra. E isso deve ser respeitado.
Revista DUE – A mulher pode atingir o orgasmo sem que haja penetração?
Claro que pode. Aliás, para grande parte das mulheres, o jeito mais fácil de chegar ao orgasmo é com carícias no clitóris. Ou com sexo oral.
Revista DUE – Algumas pessoas não gostam de praticar sexo oral por achar nojento e sabem que isso pode atrapalhar a relação. Existe alguma maneira de quebrar essa barreira?
Existe uma super bacana: usando camisinha sempre. Esse é o jeito de fazer sexo de forma saudável, sem o risco de contaminação com as doenças sexualmente transmissíveis. E vale também deixar a criatividade e a imaginação fluir, pois há inúmeras camisinhas no mercado para sexo oral, com aroma e sabor de frutas, por exemplo, e de muito mais.
Revista DUE – Porque os homens heterossexuais têm tantas restrições com estímulo anal?
Na nossa cultura, há a ideia, que atinge grande parte das pessoas, de que carícias anais são prazerosas apenas para homens homossexuais. No fundo, isso é uma bobagem. O ânus é uma região cheia de terminações nervosas: toques ali podem render um grande prazer, tanto a homens como a mulheres, homo ou heterossexuais.
Revista DUE – Alguns homens possuem restrições sobre o uso da camisinha. Como agir diante da recusa?
Sei que é difícil usar camisinha. Mas a gente precisa ficar de olho no risco de se contaminar com as DSTs. Qual a saída? Usar o preservativo em todas as práticas sexuais: sexo oral, anal e penetração vaginal. Tomar consciência disso e colocar em prática não é fácil. Mas vale a pena.
Revista DUE – Hoje não vemos tantas campanhas sobre AIDS. Como está o controle e os casos de AIDS no Brasil? Qual a faixa etária mais atingida nos dias de hoje?
Jovens, adultos e terceira idade têm se descuidado do uso da camisinha. O Ministério da Saúde solta dados sobre isso todo ano, vale conferir em www.aids.gov.br.