A intolerância à lactose, comum e muito conhecida pela população, pode causar transtornos gastrointestinais. Porém, a lactose não é a principal causa de doenças sistêmicas que têm relação com o leite. As maiores responsáveis são as proteínas de difícil digestão presentes em alta quantidade no leite de vaca. A mais prevalente delas é a caseína e, principalmente, a betalactoglobulina, pois nosso organismo não apresenta enzima capaz de digeri-las. Essas proteínas provocam inflamação na mucosa intestinal, o que facilita a passagem de macromoléculas e metais tóxicos, prejudica a absorção de nutrientes e causa diversos transtornos no organismo.
A sensibilidade às proteínas do leite tem relação com diversos sintomas, como renite, sinusite, bronquite, otite, dermatite, amigdalite, gastrite, esofagite, aumento de resistência à insulina, refluxo, inchaços, constipação intestinal, enxaqueca, fadiga, artrite reumatoide, falta de concentração, dislexia, hiperatividade, ansiedade e depressão.
É importante lembrar que a sensibilidade a esse alimento não ocorre pela presença da substância no organismo, mas pelo seu consumo frequente, o que gera processos somatórios, que desencadeiam os sintomas.
Nesse contexto, vale uma opção: os leites vegetais são bebidas feitas a partir de grãos, sementes e cereais, que substituem os leites de origem animal. Uma opção para veganos e para quem possui intolerância a lactose, são altamente nutritivos e saudáveis. Existem versões cruas (germinadas) e cozidas, e a escolha vai de acordo com o gosto pessoal e disponibilidade.
Aprenda a prepará-los:
Leite de gergelim
Coloque 1/2 xícara de gergelins crus de molho em um copo de água, em um tempo de 40 minutos a 1 hora. Descarte a água do molho, adicione dois copos de água e bata bem no liquidificador. Coe.
Leite de aveia
Coloque uma xícara de aveia em pó e duas xícaras de água, e bata no liquidificador. Se preferir, coe. Esse leite também serve para substituir creme de leite em receitas que vão ao forno; basta acrescentar uma quantidade maior de aveia para que o leite fique mais cremoso.
Leite de coco
Retire a água de um coco seco e o quebre. Leve ao forno por alguns minutos. Isso irá fará com que a polpa se desgrude da casca mais facilmente. Retire a polpa e bata no liquidificador com 900 ml de água. Coe com um pano de algodão. Use a polpa que sobrar no pano para fazer receitas que levem coco ralado.
Leite de linhaça
Meça duas colheres de sopa de linhaça para cada copo de leite que for preparar (para crianças, utilize apenas uma colher de sobremesa para cada copo); lave os grãos em uma peneira, cubra-os com água e deixe de molho em um recipiente de vidro ou cerâmica, idealmente entre 2 a 4 horas. Após esse período, bata-os bem no liquidificador com um copo de água filtrada, e os coe em uma peneira.
Leite de castanha
Deixe as castanhas de molho na água, por várias horas ou de um dia para o outro. A proporção é uma xícara de castanhas para três copos de água filtrada. Bata no liquidificador e coe.
Leite de amêndoas
Deixe as amêndoas de molho na água por várias horas. A proporção é uma xícara de amêndoas para três copos de água filtrada. Bata no liquidificador e coe.
Leite de quinoa
Em uma panela, adicione quatro colheres de grãos de quinoa e um litro de água. Espere até que a água ferva e, então, descarte-a mantendo apenas os grãos (isso é necessário para retirar uma resina de sabor amargo presente na quinoa); em seguida, adicione mais um litro de água filtrada e deixe cozinhar por aproximadamente 25 minutos. Bata-os no liquidificador; coá-los é opcional. Conserve em geladeira.
Célia Souza é nutricionista e food stylist. Na pandemia descobriu que poderia ajudar negócios femininos através de fotos profissionais da gastronomia. “Acredito que somos, todas nós mulheres, um canal de transformação. Algumas têm mais alcances, mas toda mulher, dona de casa, mãe ou empreendedora tem o poder de ajudar o outro e transformar realidades. Somos mais fortes e poderosas do que imaginamos.