Conscientizar as mulheres sobre a importância de fazer o exame de prevenção ao câncer de colo uterino é o objetivo da campanha Março Lilás, mês alusivo ao combate a esse tipo de doença. Para a médica ginecologista e colposcopista Sandra Helena Rios de Araújo, professora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), a medicina preventiva é o caminho para evitar o adoecimento e a mortalidade em decorrência da doença, que possuiu uma estimativa de 16.710 novos casos e 6.596 óbitos no país, segundo dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (Inca/2020-2019).
Conhecido por ser um tumor maligno de alta incidência, localizado no canal vaginal e relacionado à vida sexual ativa, o câncer de colo de útero ocupa a terceira posição no número de incidência em mulheres, no Brasil, seguido do câncer de mama; e de cólon e reto (Inca, 2020). A mortalidade da doença encontra-se na quarta posição no ranking da estimativa do Inca (2019), atrás dos óbitos relacionados ao câncer de mama; traqueia, brônquios e pulmões; e cólon e reto. A médica Sandra Araújo alerta que a doença pode sim levar à morte, mas apenas quando não se tem o cuidado recomendado: “O tumor pode ser vencido quando feita a prevenção, por meio da vacina e do exame citológico”.
A médica lembra que o câncer de colo de útero não está associado apenas a antecedentes familiares, e sim, à forma como as mulheres vivem a sexualidade. Por esse motivo, é importante para a mulher que iniciou a vida sexual, seguir alguns passos: usar preservativo, ir ao ginecologista e fazer os exames de prevenção. “É fundamental conscientizar sobre os perigos de uma vida sexual ativa precoce, sem os cuidados. Anticoncepcional previne gravidez, mas a dupla proteção acontece com o uso do preservativo”, alerta Sandra Araújo.
Exames preventivos
Conhecido como Papanicolau, a citologia oncótica ou citologia oncológica ou colpocitologia oncótica é um exame simples e primordial para a prevenção. Outro exame necessário para o trabalho da medicina preventiva é a colposcopia com biópsia dirigida, solicitada pelo médico ginecologista quando surge uma lesão/alteração no colo do útero. “A biópsia é realizada para esclarecer o diagnóstico, que pode apontar para uma inflamação, para uma lesão de HPV ou para uma lesão pré-câncer ou de câncer”, explicou a médica Sandra Araújo.
A vacina contra o HPV, ou papilomavírus humano, é também uma forma de prevenção de doenças causadas por este vírus, como o câncer do colo do útero, dentre outras lesões. O diagnóstico do HPV acontece por meio do exame de citologia e de colposcopia com biópsia dirigida, extremamente necessários para a prevenção. Desde 2014, o Ministério da Saúde assumiu o compromisso de acelerar a erradicação do câncer de colo do útero no Brasil, que abrange a vacinação de adolescentes de 9 a 14 anos (do sexo feminino) e 11 a 14 anos (do sexo masculino), o teste e o tratamento contra o HPV.