Empresários alagoanos representaram o estado na Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento cresce a cada ano e recebe participantes de mais de 40 países para um mergulho no mundo do café; um grande encontro de cafeicultores, torrefadores, classificadores, exportadores, compradores, fornecedores, empresários, baristas, proprietários de cafeterias e apreciadores. Esse ano, o evento teve recorde de público superando a marca de 20 mil visitantes, no período de 20 a 23 de novembro.
A comitiva alagoana foi composta pelos empresários da Coffee Break Cafés Especiais, A.M. dos Santos Tintino Criações e Publicidades, Coffee Break Cafeteria e Grupo CB Franchising LTDA e RDV Roasters. A Missão Técnica organizada pelo Sebrae possibilitou, além do acesso a toda programação da Semana do Café, visitas de benchmarking em cafeterias mineiras.
A analista da Unidade de Comércio e Serviços do Sebrae em Alagoas, Bruna Yvis, explicou que a SIC é dividida em três eixos temáticos: Mercado & Consumo; Conhecimento & Inovação; Negócios & Empreendedorismo. “Nosso objetivo era ampliar o networking, conquistar oportunidades comerciais, promover o encontro com novos fornecedores e ainda possibilitar o levantamento de boas práticas adotadas por empresas de referência nacional”, destacou.
Henrique Dias, sócio administrativo da RDV Roasters, conta que os alagoanos voltaram para casa com café da nova safra 2019/2020, de alto padrão de qualidade, além do conhecimento novo adquirido nos cursos e workshops técnicos do segmento. Entre eles, gestão de cafeteria, torrefação, barista, brew e sensory skills. “Nos chamou a atenção o destaque cada vez maior para a profissão de barista e a independência das mulheres no campo”, afirmou Henrique Dias.
Mercado em ascensão
Henrique Dias destacou que, com o apoio do Sebrae, é possível difundir a cultura do café especial em Maceió. Para isso precisamos inovar sempre, trazer novidades em forma de cursos e treinamentos, novos cafés e propostas de cafeterias inéditas aqui. “Com o apoio do Sebrae é possível melhorar a gestão e crescer gerando emprego e renda”, completou.
A analista Bruna Yvis explicou que o conceito de Cafés Especiais ainda é pouco conhecido em Alagoas. “Temos poucas cafeterias com cafés especiais. A ideia é realizar mais ações em 2020, disseminar o conceito e fortalecer a cultura do Café Especial em nosso estado”.
Em 2019, o destaque do segmento se deu com a ação ‘Café na Rua’ durante a 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A iniciativa continuou com o circuito ‘Maceió Coffee’, que segue até o dia 03 de dezembro, em sete cafeterias de Maceió.
Para Dias, o festival ‘Maceió Coffee’ já pode ser considerado um sucesso. “Há um novo nicho do povo brasileiro que quer a experiência das cafeterias e dos produtos de qualidade que fazem bem à saúde”. Ele lembra que o café sempre esteve presente no nosso dia a dia. “O que está mudando é a forma como preparamos esse café, agora com mais critérios de qualidade, e calma na hora de apreciar a bebida”, comentou.
Cafés Especiais
Os cafés especiais são a tendência no mercado alagoano e no Brasil. Mas você sabe a diferença entre um café especial e o tradicional? Para entender essa diferença, bem como o universo da torra e dos sabores, o Clube do Café Grão Gourmet oferece um conteúdo relevante sobre o segmento, um dos maiores clubes de compra de cafés gourmet e especiais do País.
De acordo com o Programa de Qualidade do Café (PQC), da Associação Brasileira da Indústria do Café, são três as categorias de produtos a partir dos níveis de qualidade: tradicional, superior e gourmet. As categorias são definidas pela nota final que vai de 0 a 10, sendo considerado ‘tradicional’, o café com nota de 4,5 a 6; ‘superior’, com nota de 6 até 7,2; e ‘gourmet’, de 7,3 até 10. Mas atenção, café gourmet ainda não é o mesmo que café especial.
O PQC vai informar ao consumidor o perfil de sabor do café, dividido nas categorias tipo, bebida, torração, moagem, sabor, corpo e aroma. O café gourmet tem alta qualidade, com sabor e aroma mais suaves por causa da seleção dos grãos e torra controlada.
Já o café especial é definido pela Metodologia de Avaliação Sensorial da Specialty Coffee Association – SCA, usada no mundo todo. Conforme a metodologia, café especial é todo aquele que atinge, no mínimo, 80 pontos na escala de pontuação, que vai até 100.
São avaliados os atributos de fragrância/aroma, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, sabor, acidez, corpo, finalização, harmonia e conceito final. Um café especial se destaca por sabores e aromas que podem ser frutados, herbais ou doces como caramelo e chocolate.
O Grão Gourmet propõe uma analogia com o vinho e sugere: “o café também pode ser apreciado por suas características sensoriais e não apenas pela cafeína. Dependendo da região de cultivo, do cuidado pós-colheita e da torra, você tem cafés diferentes e deliciosos”.
Por último, vamos entender que, basicamente, o que define o café tradicional é a qualidade inferior. Ele é composto por café arábica com alta incidência de defeitos. Tais cafés se caracterizam pela moagem muito fina e torra bastante escura, para disfarçar as imperfeições dos grãos. É o café preto que bebemos todos os dias ou quando vamos à padaria. O resultado dessa síntese é apenas o amargor do grão, por isso a necessidade de adoçá-lo.