Encontros e reuniões ao redor da mesa são depósitos que fazemos na nossa “conta bancária afetiva” e resultam em crédito e valor que enaltecem nossos relacionamentos.
Assim, podemos afirmar que a mesa posta vai além da parte ornamental, não que esta não seja importante, afinal somos seres visuais e o apelo estético exerce forte influência sobre nós. Entretanto, mesa posta não é só aparência; mesa posta é cuidado, doação, compromisso e afeto pelo outro.
Quando nos sentamos à mesa nossa experiência se amplia, pois ali não ocorre apenas a partilha do alimento, mas também compartilhamos sorrisos, ideias, planos, alegrias, olhares. Mesa posta é inclusão!
À mesa ocorre uma troca tão profunda que como bem pontuou Elias Canetti, prêmio Nobel de Literatura, “nada une tanto duas pessoas como a partilha regular de refeições”. A mesa propicia o perceber e o sentir o outro, assim estreitamos laços e ampliamos nossas conexões.
Sabores, cores, aromas, texturas e sons aguçam todos os nossos sentidos e, por fim, cumprem o verdadeiro propósito da mesa que é aguçar e tocar o coração. É incrível a energia dos encontros ao redor da mesa. Transitamos no passado por meio de lembranças de infância, de histórias, de sabores e, assim intuitivamente, estamos, no presente, construindo memórias afetivas, que no futuro recordaremos com alegria. A mesa é cíclica!!!
Quando valorizamos a essência do relacionamento à mesa, todo o restante se torna supérfluo, pois de nada adianta uma mesa super decorada e obediente aos ditames da etiqueta, se o comportamento daqueles que ali estão não for agradável e harmonioso.
Diante de toda essa importância para nossos relacionamentos e em um mundo onde se valoriza mais a conexão digital do que a humana, difundir a cultura da mesa posta é um dever, pois ela está na contramão dessa corrente, pois privilegia o presencial, o contato, o olho no olho. Afinal, ainda não é possível partilhar uma refeição virtual ou será que já existe MPAD (mesa posta à distância)?
Uma eterna estudante, apaixonada pelas linhas: as escritas e as bordadas. Compartilha sua paixão pela etiqueta como uma forma de espalhar pequenas gentilezas e delicadezas pelo seu caminho.
Tem como propósito disseminar a etiqueta como uma ferramenta inclusiva capaz de potencializar as conexões humanas.