“Em cada canto uma pessoa; um olhar; uma história e uma crença. Às vezes insistentemente feia, Noutras… Maria. Maria vai com as outras. No mínimo, esse conto era para ser inexistente! Mas, devo dizer: querido leitor, que ele é real às cinco e cinquenta e cinco horas da manhã. Ou até mesmo às dezessete horas da tarde, se preferir… Penso eu, ser tão cedo pra pensar nas problemáticas da vida em plena cinco e cinquenta e cinco horas da matina, que ponho uma segunda opção para ti. Mas, para mim é às dezessete horas mesmo. É quando sempre vejo, em uns assentos do ônibus, um desfundamento para fundamentar o infundamentável. Parece normal a tentativa! Você não acredita? Apois, vou te contar… Como pode o senhor do troco levantar voz pra dizer que: “bato sim no meu filho e se a mulher reclamar bato nela também”? Pra mim não pode! E para você? Como pode às pessoas sorriem e ele dizer ser: “cidadão de bem”? Para mim não é e nunca vai ser. E a crueldade não é percebida só na fala, mas no silêncio de todos ao redor que se instaura. E isso me da um aperreio. Eu fico inquieta. Mas, ouço mais uma barbárie, sobre o amor. Dessa vez sobre o amor! Para mim ninguém devia mexer com ele. Ele é rapaz direito. E eu to falando do amor. Diz ele, o cabra do troco, ser: “um absurdo dois seres humanos do mesmo sexo se casar”, “Mas, eu não sou preconceituoso”. Ouço isso e fito os olhos com um ódio que se cria em mim. Tenho taquicardia. AHHHH!!! Engulo a vontade de gritar (…) Pareço até ser um alienígena num mundo de(s)humano. Olho pra um canto, Me estico pra ver outro. E apenas vejo um silêncio perturbante. Perambulante. Daqueles que já falei e não me canso de falar. Eu, em meio a tantos. Como pode? Apesar de pequena, tanta vontade de brigar? Vontade essa para com a ignorância.
Mas, parece que só eu me arreto com a incapacidade de raciocinar coerentemente que certas pessoas possuem. Nesses assentos, parecem ser os donos de uma razão tão estapafúrdia. Como chegaram a esse ponto? Me pergunto sempre. Apenas sei, queridas entrelinhas, que ao passo que as coisas vão, apenas escrevo pra diminuir a raiva… E a vontade de sumir desse ônibus chega a ser asfixiante! Porque vejo que os passageiros são desumanos mesmo… E que a ignorância vista agora é a raiz de tantos males vistos como “grotescos”. Mas, é aqui onde está o começo. Sendo o preconceito, apenas o dono do embarque quase-inteiro. Menos meu. Jamais meu. Pois, seguirei contra o caminho desses passageiros!”