“Faz parte da cura o desejo de ser curado.”
Disse Sêneca com tamanha sabedoria. E foi nessa frase que me agarrei à fé e vontade de mudar.
Quando:
Minha vida só fazia sentido se eu estivesse trabalhando;
Eu não admitia sentir o contrário da Adrenalina que tinha no meu dia-a-dia, em comparação a um final de semana de descanso, pra mim era perda de tempo;
Conversar com amigos? Sem sucesso. Estava difícil conexão!
Metas. Tudo o que ao empreender você deve ter. Pois eu viciei em dobrar a meta! Para quem?! Alimentar meu ego, obviamente.
Aí veio a Pandemia…
De repente, a vida em risco, aquilo que era mais importante teve stop repentino, em pleno auge…
No mesmo tempo, a desconfiança de uma gestação.
E a família, filhos, cachorros: tudo estava lá em seu devido lugar, esperando por um olhar de carinho, em troca da pressa em ir trabalhar.
Que lupa, hem?? Que gratidão por essa dádiva em poder saber que nossa casa é realmente o único lugar para onde podemos sempre voltar.
E quantas pessoas sem casa?!
Um sentimento incontrolável de valorização e amor ao que tem, as conquistas e as pessoas que chegaram a esse momento inédito junto, perto, unidos.
Daí, de imediato, um sentimento de solidariedade. Quando Valná traz a Campanha 500kg de amor, que alívio. E seguimos continuando a campanha.
Hoje, tendo voltado ao presencial no início da semana, comemoro por não ter conferido a meta do dia. Que chegue ou não, estamos recomeçando. Com o que tem, após ver o que é “não ter e ter que ter pra dá…”
Porque eu decidi em mim antes, que não sou mais viciada em trabalho. Não aceito mais essa condição. Estou gestando vida há 6 meses e troquei a Adrenalina pela Ocitocina, a corrida da meta pela Gratidão.
Hoje agradeci por ver uma cliente chorando, era de felicidade, em pleno 42 conhecer seu cabelo natural e amar o que estava à frente do espelho. Percebi que como um ciclo, essa cena se repete todos os dias. Eu quem estava perdendo de ver o principal.
Então fecho a Gaveta do caixa, fecho o salão. Agradeço a Deus por cada pedacinho de parede que testemunha histórias enquanto escrevo esse texto.
Lembrem:
o que tiver de curar, da criança interior que cedo recebeu químicas capilares por que era o “único jeito” ao cabelo, ao vício em trabalho, autoestima baixa, problema de saúde, o que for: já está em você. Decrete-o. Viva-o. Liberte.
Quero ouvir histórias de pessoas curadas. E sei que minhas leitoras assim o fizeram, assim estão.
Eis-me aqui.
Paz e bem.
Mãe, proprietária do Assessoria dos Cachos, Especialista em cachos pioneira em Alagoas. Empoderar pessoas através do uso cabelo natural é sua missão: sobre cabelos e identidade.