Comecei a falar da minha viagem ao Peru nesse post, quando contei sobre o Lago Titicaca, nossa primeira parada. Agora, seguindo o roteiro, vou falar sobre Cusco e o Valle Sagrado dos Incas.
Como foi minha viagem?
Dia 01 – Avião Brasil – Lima – Cusco + Ônibus para Puno (?Ufa!)
Dia 02 – Lago Titicaca (ilha de Uros e Taquile)
Dia 03 – Puno – Cusco pela Rota do Sol
Dia 04 – Valle Sagrado – parte 01
Dia 05 – Conhecendo Cusco
Dia 06 – Valle Sagrado – parte 02
Dia 07 – Trem para Águas Calientes
Dia 08 – Machu Picchu?, a estrela da viagem
Dia 09 – Último dia em Cusco
Dia 10 – Lima
Dia 11 – Lima
Dia 12 – Volta para o Brasil
Cusco
Antes de começar a falar sobre o Valle sagrado é preciso falar sobre Cusco. Cusco é considerado a capital cultural do Peru e fica localizado dentro de um vale a mais de 3.000 metros de altitude. A cidade foi construída pelos Incas e é um lugar incrível, com muito da cultura Inca ainda preservado, e é a parada principal para quem quer conhecer o Valle Sagrado e o Machu Picchu.
A cidade é cheia de sítios arqueológicos e é bem tranquila para fazer passeios a pé. O ponto central é a Plaza de Armas e é o melhor lugar para ficar hospedado. As ruas tem muitas ladeiras, então é preciso ter cuidado com o Soroche (mal da atitude) e pegar leve nas primeiras horas por lá para fazer a aclimatação.
A cidade é muito gostosa, e tenho certeza que quero voltar lá. Os pontos turísticos mais tradicionais conheci a pé, o que acabou sendo estratégia para queimar o tanto que comemos por lá. A culinária do Peru é famosa, e em Cusco não é diferente. Muitas opções de comida boa (e barata).
Os pontos turísticos mais tradicionais são:
- Catedral (em frente à Plaza de Armas),
- Centro histórico de Cusco,
- Qorikancha (templo do sol),
- Plaza de Armas,
- Centro Artesanal de Cusco,
- Mercado de San Pedro,
- Bairro de San Blas e
- Plaza San Francisco.
Os mercados são muito legais e o artesanato de lá é irresistível, voltei com a mala cheia! O ideal lá é negociar bastante, os vendedores sempre acabam baixando o preço. Outra dica é visitar o Choco Museo (chocolate nunca é demais) e fazer o Free Walking Tour pela cidade (é preciso fazer reserva).
Valle Sagrado – parte 01
O Valle Sagrado recebe esse nome por conta desse vale da foto, por onde passa o rio Urubamba. Na hora de montar o roteiro, segui a dica das meninas do Sunday Cooks e preferi fazer primeiro o Valle Sagrado, deixando o Machu Picchu para encerrar a viagem, e recomendo a estratégia. Inclusive, nesse post da Natalie tem várias informações super bacanas sobre o Valle Sagrado, que me ajudaram bastante na construção do roteiro.
A primeira coisa a fazer é comprar o Boleto Turístico. Ele contempla a entrada de várias atrações e é válido por 10 dias. Existe a opção de comprar o circuito geral, que contempla todas as atrações e custa 130 soles, ou comprar um dos três circuitos separadamente, opção de quem não tem muito tempo disponível. Os circuitos são: Sítios Arqueológicos próximos a Cusco, Circuito Turístico de museus e Sítios Arqueológicos do Valle Sagrado de los Incas e custam 70 soles cada. O boleto pode ser comprado no escritório da COSITUC (Av. El Sol, 103), mas eu comprei o meu na minha primeira parada.
Ok, e o guia? tem várias opções de agências na região da Plaza de Armas e os hotéis sempre tem recomendações de parceiros. Existem três jeitos mais comuns de fazer os passeios: Passeio com guia em grupo (fechado com agências), passeio com guia particular (pode ser com o guia ou com agência) e passeio por conta própria (Ônibus local, taxista ou alugando carro). Nós escolhemos um guia que também oferecia serviço de passeio com carro particular. A decisão de qual tipo de guia escolher depende do perfil do viajante.
Sacsayhuamán
Sacsayhuamán foi nossa primeira parada e fica bem perto de Cusco. É uma das ruínas mais visitadas na região e funcionava como um forte do império Inca que guardava a sua capital, Cusco. De lá se tem uma vista panorâmica da cidade e é também lá que ocorrem as festividades do Festival do Sol, que acontece dia 24 de Junho e é a maior celebração da região.
Q’enqo
Qenqo foi um templo espiritual cravado em uma caverna e muito ligado a cerimônias de fertilidade.
Pukapukara
Pukapukara foi outro forte Inca, mais afastado da cidade, que guardava a entrada para a região de floresta amazônica.
Tambomachay
Tambomachay é o templo das águas, e até hoje a água ainda flui pelos os aquodutos e canais que foram construídos pelos Incas. A água é coletada de um lago a 25 km de distância.
Santuario Animal Privado Cochahuasi
Esse não está nos roteiros oficiais, mas foi uma feliz adição indicada pelo Luiz, nosso guia. O santuário faz um trabalho lindo de preservação das espécies mais ameaçadas por contrabando da região, e tudo com auxílio de doações. Tivemos a oportunidade de ver de perto Lhamas, Alpacas, Pumas e até o vôo de um Condor. Também conhecemos o processo de coloração artesanal do algodão para fabricação dos tecidos vendidos por aqui. É um trabalho lindo que eles fazem e fiquei muito feliz de poder contribuir.
Pisaq
Pisaq é uma ruína complexa, com construções desde templos de observações astronômicos até um complexo militar. O complexo é enorme e fizemos uma caminhada que passou por várias ruínas, mas valeu a pena o cansaço, o lugar transmitia uma sensação constante de paz. O mercado de Pisac acontece dias de terça, quinta e domingo. Infelizmente nós não conseguimos ver quando fomos.
Depois disso já era noite e retornamos para nosso hotel.
Valle Sagrado – parte 02
No segundo dia que exploramos o valle sagrado saímos bem cedinho para conhecer as outras atrações:
Chinchero
Chinchero é uma pequena aldeia rodeada por ruínas. Ela foi dominada pelos espanhóis, que devastaram boa parte das construções incas. Juntando a altitude com a hora em que chegamos, foi um dos momentos mais frios da viagem, é possível enxergar os picos nevados ao fundo da paisagem. O mercado de Chinchero também rendeu umas compras bem legais.
Salineras de Maras
Essa atração não está inclusa no boleto, mas foi um dos lugares que mais gostei de conhecer. Uma montanha coberta por várias poças de sal. A água salgada subterrânea (eu provei, e é bem quente salgada) corre através de canais até as diversas poças, que pertencem à várias familias, que são responsáveis pelo cultivo e extração do sal. Nós andamos até as poças, é uma experiência sem igual.
Ollantaytambo
Essa é a ruína mais famosa do Valle Sagrado. Costumava funcionar como um complexo militar e lá é possível ver várias construções características da cultura Inca. Para os que tem menos tempo, uma boa opção é fazer de Ollantaytambo a parada final e pegar aqui o trem para Machu Picchu no final da noite, para poder pernoitar em Águas Calientes (povoado aos pés do Machu Picchu).
Moray
Moray tem um que de misticismo. Além da paisagem linda, o mistério que envolve os terraços, que ninguém sabe ao certo o que representavam, alimenta várias teorias que ficam ainda mais interessantes quando você pode ver o cenário tão de perto.
Depois retornamos para Cusco. No dia seguinte pegamos o trem bem cedinho para Águas Calientes, na preparação para o Machu Picchu, mas esse assunto é para o próximo post.
O que é preciso saber?
É possível chegar em Cusco de avião ou de ônibus, sendo que são 22 horas de ônibus desde Lima. A temperatura em Cusco e no Valle Nevado é mais amena durante o dia, mas a noite faz bastante frio, principalmente nos meses de outono e inverno.
Para hospedagem, o melhor local é próximo a Plaza de Armas, um lugar bem central para visitar as atrações, mas tudo é bem perto, sendo possível visitar os pontos turísticos da cidade a pé. Ficamos na La Posada del Viajero, muito bem localizada e com ótimo custo-benefício.
A culinária em Cusco é maravilhosa, e merece um capitulo a parte. Os pratos mais tradicionais são o ceviche e o lomo saltado, regados a muito Pisco Sour. Os corajosos também experimentam o Cuy (porquinho da índia). Recomendo a ótima pizza do La Bodega 138 (fomos duas vezes!), o ceviche do Greens Organic Restaurant foi um dos melhores da viagem e o Mutu Food & Drink tem um ótimo cardápio.
Lingua falada: Espanhol / Quéchua;
Transporte: Para se locomover, a melhor opção é andar, mas o táxi também é barato. No Peru os taxis não tem taxímetro, então vale negociar bem com os motoristas antes de iniciar a corrida (O pessoal do Sundaycooks tem um guia ótimo).
Moeda utilizada: Novo sol (aproximadamente 1 Real).
Pernambucana de nascimento e alagoana de coração, Paula é formada em engenharia mecatrônica pela Universidade de Pernambuco e sempre foi apaixonada por fotografia e comunicação, até que tanto flerte virou um relacionamento sério. Adora moda, viagens e acredita que podemos usar arte, cultura e moda a favor do nosso estilo.