O sono de qualidade é fundamental para manter a produtividade e acima de tudo uma vida com mais qualidade e saúde. E quando se trata de trabalho, isso se torna ainda mais agravante, afinal, realizar diversas tarefas por dia podem trazer sérias consequências como: falta de produtividade, cansaço e acidentes de trabalho. Estudo publicado recentemente na Sleep Epidemiology mostrou que entre os participantes, 65,5% relataram sono de má qualidade. O número foi maior entre as mulheres (71% das participantes) do que entre os homens (57%). A pesquisa ouviu 2.635 adultos.
A estimativa da Associação Brasileira do Sono é preocupante: só a insônia atinge cerca de 73 milhões de brasileiros atualmente. É o distúrbio mais comum, seguido da apneia obstrutiva do sono, que afeta aproximadamente 45 milhões de adultos no país. 60% dos brasileiros dormem menos de 7 horas por noite, segundo dados da Associação Brasileira de Sono. Os dados são consideráveis, visto que a privação de sono interfere diretamente na falta de controle emocional. Um estudo realizado pelo Instituto Datafolha junto com o Instituto do Sono apontou ainda que 23% da população de São Paulo (SP) têm queixas de sono insuficiente.
Para conscientizar a população a respeito da importância do sono de qualidade, no dia 17 de março é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Sono. O tema escolhido para este ano foi “Sono é essencial para a Saúde” e, de acordo com o Alex Araujo, empresário e CEO da 4Life Prime, uma das maiores empresas de saúde ocupacional do Brasil, a discussão ainda precisa melhorar muito dentro do setor privado.
“Hoje, a queda na qualidade do sono está diretamente ligada ao bem-estar e a qualidade de vida de uma pessoa. Em seu dia-a-dia, caso ela tenha uma sobrecarga de cobranças e tarefas no ambiente de trabalho e na vida pessoal, é comum o desencadeamento de distúrbios do sono, tais como ronco ou apneia”, explica.
Segundo pesquisa da International Stress Management Association (Isma-br), a média de jornada de trabalho de executivos tem sido de 13 horas em 2019. Três horas a mais em comparação aos dados divulgados em 2010. Para Araujo, os motivos para o aumento na jornada de trabalho são as intensa cobranças, sobrecarga de trabalho, o acúmulo de funções e o acirramento da competitividade no ambiente de trabalho. Tudo isso, consequentemente, afeta na hora de dormir e acordar.
Lembrando que o Brasil, a carga de trabalho semanal é estabelecida por lei e não podem ultrapassar as 44 horas semanais, sendo comumente realizada média de 36 horas semanais. No caso de horas extras adicionais por dia, a lei ainda limita a 2 horas semanais, no máximo.
Veja o ranking dos dez países com maior carga de trabalho do Mundo.
- Colômbia – 47,7 horas/semana
- Turquia – 47 horas/semana
- México – 45,1 horas/semana
- Costa Rica – 44,5 horas/semana
- África do Sul – 42,9 horas/semana
- Chile – 42,8 horas/semana
- Israel – 40,6 horas/semana
- Polônia – 39,8 horas/semana
- Hungria – 39,6 horas/semana
- Brasil – 39,5 horas/semana
Para Tabata Silva, gerente de marketing do portal de vagas empregos.com.br, um dos maiores e mais utilizados no país, “as empresas estão investindo cada vez mais na saúde mental e bem-estar dos funcionários, para aumentar a produtividade. Na busca de mais equilíbrio, muitas pessoas querem horários de trabalho flexíveis. Oferecer isso pode ser decisivo para atrair e reter talentos, além de aumentar o desempenho dos colaboradores”, explica.
A redução no tempo ou a privação do sono produzem efeitos danosos ao organismo, incluindo prejuízos cognitivos, como o mau humor, o aumento da irritabilidade e o esgotamento mental, fora os prejuízos ao sistema imunológico.
“Falando a longo prazo, doenças como obesidade, diabetes e hipertensão também podem ser desencadeadas por noites mal dormidas. Isso ocorre porque o sistema necessita de descanso para responder às ameaças com eficiência. É dever das empresas disponibilizar acompanhamento médico para todos os seus colaboradores, criando assim um ambiente saudável voltado para o bem-estar e para a qualidade de vida do colaborador”, reforça Araujo.
Para amenizar os danos nocivos de noites mal dormida, Alex Araujo listou 4 dicas para melhorar a qualidade do sono:
1 – Reduza a exposição de luz à noite. Nosso corpo produz a melatonina, um hormônio que se desenvolve no escuro, e que possui como principal função: regular o ciclo circadiano, estimulando o sono no final do dia;
2 – A escolha da cama faz toda a diferença para um sono tranquilo. Veja a tecnologia que melhor se adeque com a sua coluna;
3 – Procure sempre dormir e acordar do mesmo horário. Seu corpo vai se ajustar a rotina, o que colabora com a qualidade de sono a longo prazo;
4 – Acrescente na sua rotina, a realização de atividades físicas.