Quando recebi o convite para fazer parte do time de mulheres da Due e escrever para o portal, pensei comigo: será que tenho conteúdo suficiente para expressar, a ponto de atrair leitores para meus textos? Resolvi colocar em prática meus alguns anos de terapia para encher o peito e dizer: ah, tenho (socorro, ajudem-me)!
O primeiro desafio foi escolher um tema para “abrir as porteiras”. Decidi, então, inspirar-me na minha leitura atual e compartilhar um pouco sobre um assunto que, acredito eu, é de interesse de todos: felicidade.
Há cerca de dois anos, ganhei de presente de aniversário de uma amiga um livro ligeiramente suspeito. Sempre fui mais adepta à ficção, aos romances arrebatadores, aos mistérios indecifráveis. Ela, no entanto, achou que a proposta da publicação tinha bastante a ver com os assuntos frequentes das nossas conversas: evolução, amadurecimento, busca pelo bem, gratidão. Embora o livro em questão, aparentemente, tivesse traços de autoajuda, prometi que lhe daria uma chance, mas, naquele momento, nossas energias não bateram. O tempo passou e, de maneira despretensiosa, encontrei o livro na minha prateleira e ouvi o “clique”. A hora dele havia chegado.
“Projeto Felicidade”, de Gretchen Rubin, nada mais é do que o relato de uma mulher que tinha tudo que alguém poderia querer: uma carreira promissora, um casamento bem-sucedido, uma família amorosa e presente, uma vida idealizada por muita gente. Porém, certo dia, enquanto voltava para sua casa em Nova Iorque, a famosa escritora teve uma epifania: ela compreendeu que não sabia aproveitar da melhor maneira possível tudo o que considerava importante.
Chegou em casa e, com suas ideias fervilhando, decidiu estudar tudo o que podia sobre a origem da felicidade e como alcançá-la. O próximo passo seria traçar um plano de ação – e, de fato, agir – em busca de uma vida genuinamente feliz.
Ao longo de um ano, enquanto lia cada vez mais sobre o tema, Gretchen foi construindo uma abordagem para mudar de vida. Estabeleceu Doze Mandamentos, descobriu Segredos da Vida Adulta, atestou a existência de Verdades Monumentais e, mais especialmente, criou uma Tabela de Resoluções com objetivos concretos para mudar seus pensamentos e atitudes.
Para cada mês, um tema era trabalhado com ações específicas. Janeiro – Vitalidade; Fevereiro – Casamento; Março – Trabalho; Abril – Maternidade; Maio – Lazer; Junho – Amizade; Julho – Dinheiro; Agosto – Eternidade; Setembro – Livros; Outubro – Atenção plena; Novembro – Atitude; Dezembro – Felicidade.
Foi fácil? Em nenhum momento. E nem tudo foi possível ser feito. Mas, depois desse período, ela viu que, realmente, sentia-se mais feliz. E foi daí que resolveu compartilhar seus planos para estimular outras pessoas a buscarem a felicidade real. Mas ela deixa algo bastante claro: é preciso que cada um identifique o que o faz feliz – isso é muito valioso. Para cada indivíduo, o Projeto Felicidade deve ser diferente.
Para começar, a autora propõe algumas reflexões*:
– O que faz você se sentir bem? Que atividades você acha divertidas, satisfatórias ou estimulantes?
– O que faz você se sentir mal? Quais são as fontes de raiva, irritação, chateação, frustração ou ansiedade em sua vida?
– Em algum momento, você não se sente do jeito certo em relação à sua vida? Você deseja mudar de trabalho, cidade, situação familiar ou outras circunstâncias? Você está vivendo de acordo com suas expectativas para si mesmo? Sua vida reflete seus valores?
– Você tem algo que lhe forneça uma atmosfera de crescimento? Em quais elementos de sua vida você encontra progresso, aprendizado, desafio, aperfeiçoamento e melhora no domínio do elemento em questão?
Segundo a autora, responder a esses questionamentos ajuda a direcionar o interessado para o caminho da mudança. Mas, lembre-se: o seu Projeto Felicidade não precisa ser tão robusto. Talvez, apenas agradecer todos os dias ao acordar já te faça mais feliz.
Só para vocês ficarem com “gostinho de quero mais”: nada do que eu falei neste texto consegue descrever o quão inspirador é o livro “Projeto Felicidade”. Vale o “Selo Marcela de Recomendação”.
E aí? Como você acha que pode ser mais feliz? Não deixe de comentar, porque sua resposta pode ajudar alguém! <3
*Todas as perguntas foram extraídas do livro “Projeto Felicidade”. Rubin, Gretchen. Rio de Janeiro: BestSeller, 2010.
Romântica, acredita que o amor pode transformar o mundo. Prática, sabe que, sem vontade e ação, não há transição. Uma jornalista que adora mergulhar no mundo da leitura e da imaginação. Sensibilidade e intensidade disputam espaço com o equilíbrio. Com orgulho, muda. Todos os dias. Cada um tem a Marcela que merece.