Cidades como a capital paulista vivem um ‘boom’ de apartamentos compactos e, de acordo com as previsões do mercado imobiliário, essa tendência seguirá em expansão. Tanto para pessoas que vivem sozinhas, ou casais sem filhos, o atual desenho do urbanismo se mostra inclinado para moradores abertos a se adaptarem em moradias menores para realizar as atividades cotidianas e, até mesmo, dividir espaços comuns, como lavanderia, com seus vizinhos.
Ao adquirir um imóvel novo (comprado na planta, diretamente com a construtora) ou usado, o caminho é contar com o auxílio de um profissional da área para executar a reforma e os espaços de maneira condizente com as necessidades. “Posso garantir que esse trabalho em conjunto resulta em um imóvel até ‘maior’ do que se imagina. A arquitetura de interiores nos possibilita soluções muito interessantes e, conhecer os gostos, os desejos e a verba disponível para o projeto são três pilares essenciais para um projeto perfeito”, ressalta a arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente do escritório que leva seu nome, que recentemente concluiu a obra de um apto, com 70m², para um jovem casal.Com o desejo de uma varanda ampla, com direito à um futon super espaçoso, a profissional idealizou soluções que tornaram a vida deles ainda mais cômoda e gostosa. Acompanhe o detalhamento:
1. Integração do layout e móveis sob medida
Responsável por trazer conforto e a sensação de amplitude para os seus moradores, a integração é um conceito a ser incluído em plantas compactas. Para o casal de moradores, a profissional eliminou um dormitório para deixar a sala de estar mais espaçosa, fluída e pronta para receber os convidados.
Quando falamos em ambiente integrados, Cristiane afirma que a identidade visual destacada para cada ambiente é responsável por indicar, tanto aos moradores, como para os visitantes, a percepção sensorial de onde tudo começa e termina. No que diz respeito ao mobiliário, ela explica que nem sempre a melhor saída está na aquisição de peças prontas. A tão eficaz marcenaria resolve questões específicas de cada imóvel, como o caso desse apto: na sala, a estrutura do sofá desenhada por ela se transforma em uma cama para acomodar os móveis. E para o home office, uma base da estante pode ser aciona para se transformar no local de trabalho dos moradores.
2. Reaproveitamento de materiais e personalização
Uma arquitetura de interiores consciente implica em trabalhar com soluções que prezem pela sustentabilidade e que, por consequência, impactem positivamente no bolso. Na cozinha aberta, Cristiane Schiavoni decidiu aproveitar a estrutura existente com a preservação da bancada, que fornece um espaço para as refeições diárias, e a marcenaria dos armários. Entretanto, para personalizar com as preferências do casal, a solução foi realizar a adesivação que trouxe o aspecto descolado e jovem. Na extensão, ela ainda incorporou a estrutura de uma cristaleira e a área do bar.
No banheiro do casal, a bancada de granito São Gabriel e a marcenaria foram mantidas, substituindo apenas os revestimentos e metais. A economia reverteu-se em benefício: ao evitar o quebra-quebra desnecessário, a bacia sanitária recebeu um assento com função de bidê.
3. Multifuncionalidade
Nesses últimos dois anos, mudamos muitos hábitos de vida, incluindo a retirada dos sapatos logo que entramos em casa. Aderindo esse costume – já presente em países orientais –, a arquiteta Cristiane Schiavoni evoca a versatilidade do mobiliário: o banco, logo na entrada do imóvel, é muito mais que um assento para calçar ou tirar os sapatos: dentro dele, o baú foi o espaço que eleito para deixá-los guardados. “E pensando nas bolsas, um pendurador resolve tanto a questão deles, como de quem chegar para visitá-los”, adiciona.
4. Mais espaço para armazenamento
“Quem não sonha com uma despensa?”, indaga a arquiteta. Para ela, um imóvel pequeno não é um fator conflitante para proporcionar esse espaço para os moradores. Ao prolongar a parede onde foi instalada a televisão, por meio do sistema drywall, o projeto conquistou um pequeno espaço, com porta mimetizada, que permite guardar mantimentos, eletrodomésticos e até malas de viagem. “Um acesso muito discreto e valioso”, discorre.
Em dormitórios mais ‘estreitos’, um grande desafio é trazer artifícios que atenda a demanda por espaços de armazenamento e, ao mesmo tempo, deixar uma ambientação despojada e super gostosa. Mais uma vez, a marcenaria foi o braço direito de Cristiane, que explorou uma paginação versátil e que comporta muito mais itens. Do lado da cama, a medida tradicional de um armário para receber os cabides de roupas longas. E na parede que fica aos pés da cama, o grande truque: ao derrubá-la, o móvel exerceu o papel de divisória com a sala e abriu uma área menos profunda para as itens menores, como camisetas e sapatos.
No décor, o papel aplicado na parede da cabeceira comandou todo o moodboard no décor do quarto, que conta com a suavidade do enxoval e das almofadas, bem como a leveza e a assimetria, representadas também pela luminária, permitindo sair do tradicional e espelhar o estilo do casal.
5. Espaço de lazer e convivência na varanda
Conectada com a área social, a sala de jantar foi inserida na varanda dentro uma proposta plural, ressaltando a praticidade e a ideia do receber. De acordo com Cristiane Schiavoni, “a churrasqueira foi o ponto de partida para a execução do nosso projeto. O revestimento texturizado trouxe praticidade para a limpeza, tornando o espaço ideal para que o casal conviva com seus convidados”.
Junto com a parte gourmet, os moradores também queriam desfrutar de um espaço de contemplação na varanda. E ao invés de colocar poltronas, que daria um ar mais formal, a arquiteta sugeriu a inserção da marcenaria de um futon, fornecendo um ar mais descontraído, confortável e ainda, assume a função de esconder a condensadora do ar-condicionado.
6. Verde em casa
O paisagismo foi mais um dos pedidos do casal. Mas como incluir em um espaço pequeno? A resposta da arquiteta foi a realização de um jardim vertical preenchido por diversas plantas de espécie natural como a Peperomia variegata, Samambaia renda francesa e americana, Singônio e Lambari roxo, que tornaram o clima ainda mais aconchegante. “Nesse apartamento, aproveitamos a parede lateral da varanda e fizemos um sistema de irrigação automatizada, outro ponto que contribui com a praticidade nessa varanda gourmet” afirma.
7. Iluminação
A iluminação do ambiente é outro ponto que faz total diferença no design de um cômodo. E quando falamos em luz, nos referimos tanto a iluminação elétrica, quanto a natural, também muito importante para o dia a dia das famílias. “O projeto luminotécnico exerce muito além da função de iluminar… A luz que definimos para o décor de interiores de um ambiente, leva em consideração as sensações que desejamos oferecer para o dia a dia dos nossos moradores”, reforça Cristiane.
Boas soluções
No caso do lavabo, uma resolução funcional que aproveitou a pequena área: a bancada em ferro apoia a cuba de louça e conta com um braço, que serve como toalheiro.