A fotografia é uma transição, com o passar dos anos vamos aprimorando as técnicas e inserindo características das nossas experiências. Esse refinamento se conquista com a prática aliada a imersão nas artes, como a pintura, cinema e literatura, por exemplo. A nossa fotografia é um compilado de experiências, frustrações e contentamentos. É o hoje, a viagem e o passado, o somatório das sensações que permitimos viver.
Recentemente realizei um curso que abordava técnicas para organizar a vida e ter clareza dos papéis que você está desempenhando no momento. O ato de delegar ou fazer é colocado na mesa, com transparência, didática e a sagaz objetividade. Não há desculpa, finalmente acha-se a fórmula para o impulso das metas.
Apresentam-se as tais micrometas, para chegar ao “metão”, simples? Talvez, se aprendêssemos isso em casa e na escola quando crianças, com um guia para evitar a procrastinação e outro para ansiedade e depressão. Ok, etapa concluída, um misto de satisfação, orgulho misturado com novas planilhas, aplicativo massa e um combo de paz, que já não se experimentava há tempos. Vamos para a próxima etapa: o destralhe.
Objetos que ocupam a nossa vida e espaços, sem necessidade, deixam a energia parada, já dizia a minha vó. Ela sempre incluía que deixar a roupa do avesso “dá azar”. Então, pra quem não sabe, desde bebê mudo de cidades, primeiro devido à profissão do meu pai, hoje aposentado. Na fase adulta, por opção e desapego. Onde vejo oportunidade estou lá, resumida de nascida, basta uma mala grande. Qual o próximo destino?
O que essa etapa tem para me ensinar? A Elysée de 15 anos atrás pularia o capítulo (confesso com constrangimento), mas durante o percurso aprendi que nunca sabemos tudo, então assisti e estava me sentindo em casa. A principal abordagem era sobre organizar os pertences, as roupas que não combinavam com a sua nova versão. Sobre excessos e sustentabilidade. Como toda boa humana, o meu cérebro começou a fazer novas conexões e finalmente surgiu aquela luz no fim do túnel.
Eu tive total clareza do que estava faltando para conquistar uma fotografia newborn atemporal de forma que eu ficasse 100% satisfeita.
Tá, mas guarda-roupa, gavetas de banheiro e newborn? Desconexo para você que está tentando entender como a nossa cabeça movimenta. No que eu julgava soberania, me vi fazendo o “destralhe” daquilo que não me representava mais dentro da fotografia de recém-nascidos. Em nenhum momento foi conversado sobre fotografia. Era sobre pessoas, vidas e objetivos.
É MUITO importante imergir em assuntos que tirem um pouco o nosso foco, aqueles temas que conhecemos ou não. A revista de fofoca, bukowski ou quem sabe a comida tailandesa.
A resolução estava na minha frente, mais clara que conselho de mãe, simples como vestir a camiseta do marido para dormir. A obsessão pela resposta nunca surgiria sob pressão, deixar rolar faz parte do processo da sensatez do empreendedorismo.
E ali estava claro e nítido como os arquivos de negativos digitais da minha Fuji, cheios de grãos “bonitos” e analógicos. As soluções nada econômicas e sustentáveis como comprar espaços para comportar o que já não cabe, não era mais alternativa!
Nesse dia reforcei que a criatividade provém das escolhas que fazemos, você decide o quanto consegue ser brilhante, objetivo e inovador. O quanto você alimenta a sua alma com informações e experiências leves, agradáveis e educativas. A solução para o tormento está aí. Já simplificou hoje?
Curso Simplifica, by
Documentarista das lembranças que os filhos vão ter no futuro, Elysée é jornalista, especialista em fotografia e artes. Membro da Associação Brasileira de Recém-Nascidos, realiza sessões newborn atemporal e fotografia de partos documentais. Pesquisadora do poder das imagens como transformação social, acredita que as fotografias podem estimular vínculos, atuando no âmbito psicossocial, despertando sentimentos, informando e empoderando indivíduos.