Patrimônio Imaterial de Alagoas, o sururu desapareceu da Lagoa Mundaú. Com a salinidade da lagoa reduzida a zero por conta do excesso de chuvas nas últimas semanas, a previsão é que o molusco leve de seis a nove meses para retornar a seu habitat natural, causando forte impacto socioeconômico para mais de 1000 famílias ribeirinhas, cuja principal fonte de alimentação e renda depende de sua coleta.
“Com isso, a população do Vergel do Lago, que já havia ficado desabrigada com os alagamentos, agora também sofre sem o sururu e há grave risco de fome extrema”, afirma Lisania Pereira, presidente do Instituto Mandaver.
“Pelas estimativas, nos próximos seis a nove meses, não haverá nada a ser pescado na lagoa. Ou seja: o que já era ruim, ficou ainda pior. Pescadores e marisqueiras perderam suas atividades”, diz.
Desde o início das chuvas, o Instituto Mandaver criou um mutirão para fazer com que as doações recebidas pela campanha de arrecadação cheguem às famílias. “Mas com esse agravamento pela falta de sururu, os alimentos que recebemos não estão sendo o suficiente para atender à demanda, já que até este momento estávamos pedindo roupas e itens para os desabrigados. Agora, a questão da fome é a mais urgente”, alerta Lisania.
A campanha de arrecadação – agora com foco em alimentos não perecíveis – segue com pontos de coleta disponíveis no Parque Shopping, no Maceió Shopping, o Paragominas Home Center e também na sede do Instituto Mandaver, no Vergel. Doações em dinheiro podem também ser enviadas para o PIX do Instituto Mandaver, pela chave CNPJ 30.587.116/0001-30.