comunidade artística alagoana e dos demais estados brasileiros ainda sofrem com as restrições sanitárias adotadas para combater a Covid-19, visto que dependem muito de plateias e aglomerações em espaços fechados. Refletindo em alternativas viáveis para diminuir esses impactos e resgatar a autoestima dos participantes, o artista e empreendedor Gustavo Boroni, do estúdio criativo Estampa POP (@estampapop), criou o projeto solidário #VemserPOP. Gustavo é cliente do projeto Economia Criativa desenvolvido pelo Sebrae Alagoas.
Em sua iniciativa, o artista, publicitário, relações públicas – especialista em marketing estratégico, professor e fotógrafo abriu uma seleção de artistas locais nas redes sociais com a proposta solidária de ofertar um ensaio fotográfico e divulgação nas redes sociais de sua marca através de uma exposição virtual. A seletiva contou com modelos, cantores, artistas de circo e do teatro, profissionais da moda, da beleza, da cultura e do entretenimento. Os ensaios podem ser conferidos no perfil do Instagram: https://www.
A partir do seu orgulho de ser um artista microempreendedor, Gustavo Boroni cuidou de tudo sozinho pensando na situação de quem também vive da arte e que muitas vezes também precisa atuar em diversos campos para manter o negócio funcionando. Ele mesmo cuidou da direção de arte e fotografias. “As contas não param de chegar, mas o que resta fazer se não ajudar outras pessoas nesta pandemia, promovendo ações de bem-estar para prosperar dias melhores? ”, pontuou.
Resultados e sentimentos
Os sete artistas alagoanos selecionados pelo #VemserPOP foram: Patrick, Phelipe Ribeiro, João Sipá, Natalhinha Marinho, Laís Lira, Jeyverson Felipe e Jô Costa. Esta última, canta há mais de 20 anos e começou no canto coral aos 12 anos. Profissionalmente, iniciou na carreira há 3 anos cantando MPB, pop rock e música nordestina. Como principal influência tem o forró pé de serra, ritmo que conheceu ainda na infância nas quadrilhas da escola, como o forró de Jorge de Altinho e o som de outros artistas como os conterrâneos Djavan e Rodrigo Avelino, além de Vanessa da Mata.
Jô Costa destaca como tem sido esse período de pandemia e o quanto a participação no projeto tem ajudado a superar esses desafios e a inovar. O ensaio fotográfico feito por Gustavo foi o primeiro que a cantora participou. “Esse período pandêmico é triste e cruel com os artistas. Eu, particularmente, senti a falta dos palcos e a emoção ao ver o público feliz ao me ouvir. Consegui produzir algumas músicas autorais e isso me deu mais ânimo e persistência. Participar do projeto me abriu um olhar mais introspectivo e inovador”, afirma.
Grata à Estampa Pop e ao Gustavo Boroni, ela ainda ressaltou a importância da iniciativa para despertar ainda mais a conexão e empatia entre os empreendedores criativos e disseminar ainda mais seus trabalhos para o público.
“Essa iniciativa foi muito importante por fazer outros artistas perceberem que nós podemos ser mais vistos e empáticos e, assim, superar esses desafios causados pela pandemia. Isso me fez saber que nós somos mais do que sentimos. O projeto deu uma amplitude no sentido de colaboração. Os artistas precisam de um apoio e valorização de uma forma mais solidária como o Gustavo trouxe. É importante que os artistas locais sejam mais acolhidos de uma forma geral e sejam mais vistos por todo o cenário artístico”, conclui.
Gustavo Boroni também falou sobre os resultados ao ver o projeto na prática. “Eu criei o projeto porque estava com muitas dores. Uma delas era a dor de ser pequeno na pandemia e a de precisar automatizar muitos serviços sendo uma pessoa só. A partir dessa dor, eu pensei: por que não amplificar o talento de outras pessoas que estão passando por depressão ou estão sem renda? Estou muito feliz com os resultados porque fiz de coração”, destaca.
Todo mundo ganha
O projeto #VemserPOP fez não somente a marca Estampa Pop ganhar mais destaque, mas também trouxe mais visibilidade para os artistas participantes e para a comunidade artística em geral, fatores que fazem Gustavo vislumbrar até novas edições.
“Desejo muito fazer outras etapas do projeto porque acaba divulgando mais o meu estúdio e como estratégia posso prospectar novos negócios. Isso acaba sendo uma via de mão dupla. Os artistas, através dessas imagens também passaram a gerar novos negócios. Uns vão gravar novos singles, eps e vão utilizar essas fotos, atores foram selecionados a partir dessas fotos o João Sipá, por exemplo, conseguiu 30 mil plays em uma música após o ensaio. Fico muito feliz em ajudar os artistas alagoanos e me ajudar também”, frisa.
A analista da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento do Sebrae Alagoas, Débora Lima, enfatiza que o projeto tem um viés inovador na forma de olhar o trabalho criativo e ajuda a Estampa Pop, através do movimento de solidariedade atrair novos clientes ao fortalecer outros artistas locais. Ela também lembra a importância dos serviços oferecidos pela marca aos empreendedores participantes.
“O processo de comunicação é crucial para qualquer negócio. Quando o empresário tem um portfólio bem elaborado, uma foto profissionalizada, toda essa parte visual influencia muito em como as pessoas percebem as empresas e os negócios criativos. Isso traz uma vantagem competitiva, faz com que essas empresas consigam se posicionar melhor nesse momento. Esse trabalho é muito interessante por trazer essa oportunidade para alguns artistas que não teriam a possibilidade de pagar pelo serviço, mas que continuam tentando manter o negócio funcionar mesmo em um momento de crises causadas pela pandemia”, finaliza.