Sabe aquela sensação de ser improdutivo? Com sono e preguiça o dia inteiro? Com problemas para chegar ao trabalho no horário por estar sempre atrasado? Só conseguir dormir de madrugada? Se algumas das características questionadas acima fizer parte do seu cotidiano talvez você pertença à ‘Sociedade B’. Mas o que seria isso?
A propagação da ‘Sociedade B’ foi realizada pelo instituto B-Samfundet, com sede na Dinamarca e onde os estudos sobre o tema começaram em 2006. A proposta também já também foi introduzida na Noruega, Finlândia e Grã-Bretanha.
O B-Samfundet faz estudos sobre o comportamento produtivo. As pesquisas são de cunho científico onde foram constatados que cada indivíduo tem seu próprio ritmo biológico como uma espécie de “relógio interno” geneticamente determinado.
Segundo as pesquisas, uma “pessoa B” possui um ritmo interno de 25 a 27 horas, enquanto uma “pessoa A” tem um ciclo de 23 horas. As “pessoas B” são mais produtivas no final do dia e têm dificuldades de acordarem de manhã cedo, que é quando as “pessoas A” são mais ativas.
O propósito dos estudos e do movimento é provar que nem todos podem ser enquadrados no modelo comercial de trabalho, ou seja, é um movimento contra a tirania do despertador. Ao mesmo tempo o debate se encaixa na criação de uma sociedade com horários mais flexíveis e maior equilíbrio entre trabalho e lazer. Com isso, geraria uma melhor qualidade de vida.
A solução para quem é ‘B’
Erika Augustinsson, vice-presidente do B-Samfundet, afirmou em uma entrevista para a BBC Brasil, que o objetivo da instituição é acabar com as rígidas disciplinas de horário na sociedade industrial em que todos chegam ao mesmo tempo e saem na mesma hora.
Os países que tiveram a iniciativa já estão solucionando o problema propondo horários diferenciados de trabalho e escolas com período noturno para atender a demanda da ‘Sociedade B’. Entretanto, isso só é possível na Europa. No Brasil ainda teremos que driblar o relógio biológico e sobreviver.
Por Manuela Félix