Se você passou dos vinte e cinco anos, tenho certeza de que vai lembrar que na sua infância você corria na rua, jogava bola, pulava corda, amava o balanço e brincar na gangorra. Definitivamente foi uma infância feliz, não tinha a tecnologia que hoje é encontrada com facilidade, mas teve roupa enlameada, pés sujos, joelho ralado, suor e muitas memórias alegres.
Tenho certeza de que se você leu até aqui, está com um sorrisinho no rosto, lembrando de como foi gostoso ser criança e de como essa época foi diferente do que vemos hoje. E se compararmos a infância da década de noventa com a infância dessa década perceberemos inúmeras diferenças.
Não que as crianças não brinquem e se divirtam, mas já parou para pensar que atualmente o passatempo favorito das crianças é ver vídeos ou jogar em um smartphone? E não é que tenha algo errado nisso, mas se uma criança não corre, não joga bola, não brinca, ela deixa lacunas em seu desenvolvimento.
Quando uma criança vai crescendo e se desenvolvendo ela vai atingindo marcos. Por exemplo: um bebê com quatro semanas, a cabeça balança, as mãos ficam fechadas; mas, um bebê com 16 semanas já apresenta firmeza na cabeça e abre as mãos; com 28 semanas, ele consegue sentar-se inclinando-se para frente e apoiando-se nas mãos; com 40 semanas, ele engatinha; com 12 meses, ele caminha com ajuda. E assim, o bebê vai se desenvolvendo e atingindo os marcos do desenvolvimento.
Você sabe o que a criança pode atingir com 2 anos? 4 anos? 5 anos? Pois é… Os estímulos são fundamentais para que a criança não cresça com atrasos no desenvolvimento. E muito se fala na importância do brincar, mas o que não se fala com frequência é que quando a criança está brincando, ela está se desenvolvendo.
Quando a criança chuta uma bola mais pesada ela está estimulando o tônus, criando resistência.
Quando a criança brinca no balanço, na gangorra ou na cama elástica, ela está trabalhando o equilíbrio.
Quando a criança brinca de briga de galo, carrinho, pedala, faz buracos na areia com as mãos e os dedos, ela está percebendo as partes do corpo, se apropriando da consciência do seu corpo.
E todos esses movimentos contribuem para o seu desenvolvimento.
Uma criança que apenas brinca com o celular, vai conseguir pular com apenas um pé? Vai correr com firmeza? Vai ter força nas mãos para escrever? Vai se relacionar com os colegas na escola? Vai desenvolver a linguagem? Vai ser uma criança leitora?
É um momento de repensar que práticas estamos incentivando as nossas crianças a nutrir, além de prezar pelo equilíbrio entre as telas e o brincar. E ter em mente que além das memórias incríveis e saudosas que brincar proporciona, teremos adultos que se desenvolveram da melhor forma porque brincaram.
Fonte dos dados de desenvolvimento: Instituto NeuroSaber
Professora Particular
Maravilhoso esse artigo! Me orgulho demais de ter sido professora dessa menina linda!