No Dia do Artesão, celebrado em todo o Brasil neste 19 de março, o artesão alagoano tem muito o que celebrar, sobretudo por manter viva a genuína arte popular do estado em suas diversas tipologias, como as que foram levantadas em estudo feito pelo Sebrae, entre elas rendas e bordados, cestaria, fibras vegetais, couro, madeira e cerâmica. Com o apoio do Sebrae nos últimos anos, que possibilitou a capacitação e profissionalização de artesãs e artesãos, o artesanato alagoano se fortaleceu e coleciona conquistas, se tornando cada vez mais forte para superar desafios e ter uma maior visibilidade no mundo inteiro.
Para a construção de tal cenário, o Sebrae Alagoas ofertou aos artesãos capacitações em finanças, preços, design de produtos, associativismo e formalização, sem contar a possibilidade de abertura de mercado, com a participação dos artesãos em feiras, rodadas de negócios, entre outras ações.
Essa história do Sebrae com o artesanato alagoano conta com diversos marcos. Um dos principais foi a conquista de Indicação Geográfica por procedência do Bordado Filé da Região das Lagoas Mundaú e Manguaba, que teve o Sebrae como incentivador e apoiador em toda a trajetória do processo. O Bordado Filé foi registrado como Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas.
Analista da Unidade de Competitividade e Desenvolvimento (UCD) do Sebrae Alagoas, Marina Gatto, acompanha esse trabalho de perto. Ela ainda cita outros marcos como o fechamento de contratos de artesãos locais com grandes redes de lojas no setor de modas, entre elas: Cantão, Chilli Beans, Martha Medeiros e Le Lis Blanc; artesãos que ganharam prêmios como o de Mulher Empreendedora, como a Solange Arruda, e a primeira artesã cliente do Sebrae a se formalizar como MEI no estado, a Ana Cristina, da Fulô.A.
Todas essas conquistas têm transformado a realidade de quem vive do artesanato, principalmente de mulheres artesãs que se tornaram mais independentes após trabalhar o artesanato como negócio, passaram a ser reconhecidas e viraram referência no Brasil.
“Há relatos também de vários artesãos e artesãs que conseguiram crescer após o acompanhamento e orientações do Sebrae em seus negócios. Esse crescimento, muitas vezes, significa a compra de um carro, de uma moto, ou a possibilidade de oportunizar a formação de filhos em faculdades. Ou seja, com esse trabalho, muita gente passa a ter a independência financeira e ainda destaca o empoderamento feminino”, afirma Marina Gatto.
Qualificação e desafios na pandemia
Com a pandemia, o Sebrae Alagoas foi crucial para manter negócios do setor em pé e reinseri-los às vendas por meio da participação dessas empresas em feiras/vitrines virtuais, e principalmente ao propiciar a participação de artesãs em eventos como o Natal dos Folguedos, em dezembro do ano passado. Além disso, houve a oferta de capacitações gratuitas.
“Diante desse cenário, a utilização do mundo digital foi importante para todos e para os artesãos isso não foi diferente. Muitos não tinham nenhum contato com o meio digital, mas conseguimos orientá-los para essa necessidade de estar presente digitalmente. Oferecemos diversas capacitações no tema para que se preparem para demandas vindas de qualquer parte do mundo”, pontua Marina Gatto.
Sebrae e o artesão
Com o Dia do Artesão, o Sebrae Alagoas reforça sua missão no artesanato local, que é o incentivo à perpetuação do ofício e cultura para futuras gerações. Segundo o estudo feito pelo Sebrae ano passado, 56% dos artesãos alagoanos aprenderam o trabalho com a mãe, pai, avós ou outros familiares. Já 17,6% aprenderam com um mestre ou mestra artesã.
“Para isso sensibilizamos os artesãos sobre o valor que ele tem para sociedade e seus produtos para o mercado. Queremos que sua arte seja reconhecida por todo território nacional e que possam ter seu negócio como fonte principal de renda”, finaliza Marina Gatto.