Ah, final de ano… o momento em que as redes sociais explodem com retrospectivas cheias de emoção e clássicas trends como “Como eu vou ser triste se esse ano…”. Sim, é fácil nos deixar levar por essa onda de celebração. E eu entendo: encerrar ciclos com esperança é importante. Afinal, nessa matemática da vida feliz e bem-sucedida, todos queremos aquele saldo positivo para nos sentir em paz com nossas jornadas.
Mas confesso: esse tipo de posicionamento não me anima tanto assim. Eu nunca fui boa em medir sucesso com base em coisas, lugares ou aqueles checklists de metas impossíveis. Minha felicidade, com certeza, não está capturada nos cliques do Instagram que vocês acompanham. E sabe de uma coisa? Está tudo bem. Porque, se tem algo que deixou 2024 ainda mais emocionante para mim, foi uma palavrinha que carrega um peso enorme: generosidade.
Sim, ela mesma. Mas, aqui, não me refiro apenas aos gestos grandiosos de apoiar uma causa, doar tempo ou dinheiro. Estou falando de uma generosidade mais sutil, quase silenciosa, mas incrivelmente transformadora: a de compartilhar algo valioso, como experiências e conhecimento. É aquela generosidade que cria espaço para o outro crescer, que se revela em trocas cotidianas, na disposição de ouvir, ensinar e aprender juntos.
Essa é uma qualidade que aprendi a admirar profundamente. E, pensando bem, “como eu posso ficar triste se em 2024” tive o privilégio de conviver com pessoas generosas? Aliás, não só em 2024, mas ao longo de toda a minha trajetória.
A primeira chefe de estágio. O primeiro chefe de redação de TV. O primeiro gerente no mundo corporativo. O primeiro diretor. A primeira colaboradora. O primeiro cliente. Todos – absolutamente todos – foram generosos e pacientes. Sabiam ouvir, trocar e compartilhar. Mais do que isso: me davam espaço para tentar. Isso mesmo! Eu podia experimentar, errar e aprender.
Esse 2024 foi real – tão real quanto a vida de qualquer pessoa que divide esse planetinha chamado Terra. Uma jornada cheia de altos e baixos, daquelas que misturam momentos de calmarias com viradas cheias de adrenalina. Um espetáculo de incertezas que só a vida consegue proporcionar. E, mais uma vez, tive a sorte de cruzar com pessoas incrivelmente generosas, que carregavam um traço em comum: a capacidade de acolher, ensinar e abrir espaço para que eu pudesse crescer.
Essas pessoas reforçaram em mim algo que acredito profundamente: compartilhar conhecimento não te diminui. Pelo contrário. As pessoas mais seguras e confiantes que conheci foram aquelas que não tinham medo de dividir o que sabiam. Porque elas sabem que quem ensina aprende ainda mais. Quem compartilha se fortalece.
Por outro lado – e você, com certeza, já viu isso também – existem aquelas pessoas que guardam conhecimento como se fosse um tesouro escondido, com medo de que alguém “roube” sua relevância. Ou pior, que não se abrem para receber. Triste, né? Porque, no fundo, o que realmente importa são as conexões que construímos e o impacto que deixamos no outro. Não o que acumulamos.
O saldo mais valioso de 2024 não está nas coisas que acumulei, nas viagens, nas metas que alcancei: está nas pessoas generosas que cruzaram meu caminho. E é esse aprendizado que levo comigo para 2025: seja generoso, generosa. Ensine, compartilhe, acolha. Divida o que você sabe. Abra espaço para o outro crescer. Porque, no final das contas, as pessoas se conectam com pessoas, e não com coisas.
Fabrícia Carneiro Fernandes. Jornalista, gerente de Marketing, mãe da Maria, esposa, apaixonada por esportes e imersões na natureza. Há 23 anos ajudo empresas a fortalecerem suas marcas, convergindo pessoas e performance, por meio do marketing de serviços e com propósito. Quanto mais me conecto com o outro, melhor conheço a mim mesma e compartilhar conteúdo é uma forma de ampliar essa rede e fazer novos mergulhos.